Renato Alves
postado em 07/11/2013 06:05
Famílias sendo arrancadas à força de casa por bandidos. Pessoas que se dizem donas dos imóveis expulsando gente à bala. Portas arrombadas, cadeados e cachorros para garantir a posse. Recados pintados na fachada com alertas intimidadores. Roubos de água e de energia elétrica. Tudo em meio ao cerrado, sem asfalto, sem esgoto canalizado e sem iluminação nas ruas enlameadas pelas chuvas. Um bairro criado para abrigar beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida tem cenas de faroeste.
Há pouco mais de um mês, pessoas de todos os cantos do DF e do Entorno começaram a ocupar e a disputar as edificações, ainda em construção, no Jardim das Palmeiras 2, periferia de Planaltina de Goiás, a 40km de Brasília. Ninguém pagou nem paga por nada e há quem anuncie a venda daquilo que não lhe pertence, erguido com dinheiro público.
A invasão das 150 casas inacabadas teve início em 3 de outubro. Em duas semanas, todos os imóveis estavam ocupados. Foram levantados por duas construtoras, com R$ 5 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF). Cada um tem 39 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Mas faltavam piso, pias e vaso sanitário, além de instalações de energia e de água.
Ameaças de morte
Os invasores têm feito todo tipo de gambiarra. Puxam a eletricidade diretamente da rede pública, erguida nos postes das quatro ruas do bairro, ainda sem as lâmpadas de iluminação das vias. Para ter água em casa, emendam canos à rede da companhia goiana de abastecimento, a Saneago. E, como ainda não há esgoto, furam fossa no quintal. Há cerca de 40 casas ocupadas por inscritos em duas cooperativas organizadas para receber as residências por meio do Minha Casa, Minha Vida (leia Para saber mais). Elas teriam decidido entrar nas residências quando se espalhou a notícia da invasão.
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