Investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) trabalham com duas hipóteses para saber como se deu a de Águas Claras e Taguatinga. Os agentes e promotores de Justiça querem saber se os empresários subornavam os gestores das cidades ou se eram os órgãos que extorquiam os empreendedores.
Foram emitidos dois mandados de prisão temporária. O administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, foi preso na manhã desta quinta-feira (7/11). O administrador de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, é procurado pela polícia. Eles foram autuados por associação criminosa, corrupção ativa e passiva e falsidade ideológica.
O no esquema. Ao todo, 13 mandados de busca e apreensão foram expedidos. Entre os alvos está a casa de Paulo Octávio e dois escritórios do empresário. Acompanhado do advogado, o político prestou depoimento na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) nesta tarde. Além do delegado responsável, representantes do Ministério Público ouviram o ex-vice governador. "Ele foi ouvido na condição de testemunha e prestou esclarecimentos sobre o funcionamento de empresas em Taguatinga e Águas Claras", disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.
A polícia informou ainda que há 12 mandados de condução coercitiva - um depoimento diferente do tradicional, em que os envolvidos devem prestar esclarecimentos na hora em que são solicitados. Entre os empreendimentos irregulares estão um shopping em Taguatinga e centros empresariais na mesma cidade e em Águas Claras.
De acordo com o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DECO), Fábio Santos de Souza, a investigação começou em 2011. Segundo ele, os alvarás eram emitidos rapidamente, conduta fora do comum em um processo burocrático, o que levantou suspeita sobre a ação. Sobre os administradores, Souza disse que eles "são gestores que privilegiavam interesses privados em detrimento público".
A operação foi chamada pelo MPDFT de Átrio e a Polícia Civil denominou como Hamurabi, uma referência ao rei babilônico que gravou a legislação pré-existente em blocos de rocha que eram expostos em locais públicos.
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