Cidades

Motorista de ônibus que capotou em Luziânia não fez exame de alcoolemia

Greve da Polícia Civil goiana impediu que os três hospitais por onde passou o motorista do ônibus envolvido em desastre perto de Luziânia comprovassem a alcoolemia. À polícia, negou que tivesse ingerido bebida e acusou os passageiros pela tragédia

postado em 13/11/2013 06:03

Eli Pereira deixou o Ciops de Luziânia com a cabeça coberta: em depoimento, disse que um jovem puxou o ombro dele na hora do acidente

O motorista do ônibus que se acidentou em Luziânia, na noite do último sábado, passou por pelo menos três hospitais públicos e, mesmo assim, não foi submetido a um exame de alcoolemia. Em greve há mais de 50 dias, a Polícia Civil de Goiás demorou a notificar as unidades de saúde do Distrito Federal e do Entorno e, dessa forma, comprometeu a investigação do caso. Em situações normais, a autoridade policial teria de alertar os centros médicos da região sobre a possibilidade de um condutor embriagado buscar atendimento. No caso, Eli Rodrigues Pereira, 31 anos.


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Ontem, ele se apresentou ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do município goiano, às 9h, 60h depois da tragédia. Agora, nenhum exame é capaz de detectar se Eli estava ou não embriagado na hora da capotagem do ônibus em que estavam 60 jovens ; duas garotas morreram e 34 ficaram feridos. Durante quatro horas, o motorista se explicou à polícia e negou todas as denúncias. Por meio do advogado, rebateu a acusação de ter assumido embriagado a direção do ônibus.

Mas dezenas de passageiros contaram que ele fez diversas paradas para comprar cerveja. O homem ainda afirmou ser mentirosa a informação de que dirigia a 120km/h no momento do desastre e alegou ter fugido sem prestar socorro às vítimas por medo de ser linchado. O suspeito procurou ajuda, primeiramente, nos hospitais de Luziânia, em Goiás, e de Santa Maria, no DF. Sem conseguir atendimento devido à superlotação das duas unidades, procurou socorro no Hospital Regional de Taguatinga, onde tratou um ferimento na cabeça e uma batida nas costas.

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