Cidades

Empresários conseguem sucesso em locais fora do Plano Piloto

Longe do centro de Brasília e dos bairros nobres, homens e mulheres que vieram da classe C tornaram-se empresários bem-sucedidos com o apoio de familiares. Hoje, são referências no mundo dos negócios e transitam por ambientes considerados chiques

Flávia Maia
postado em 17/11/2013 07:10


O processo de ocupação do território do Distrito Federal foi desenhado durante décadas de acordo com a renda das famílias. Aos ricos, os endereços no Plano Piloto e nos lagos Sul e Norte. Aos pobres, as regiões mais afastadas. Mas a força do empreendedorismo e a possibilidade de ascensão social vêm rompendo essa distribuição e mudando a realidade dessas cidades. Nas últimas duas décadas, empresários que nasceram ou migraram para locais do DF, antes destinados à baixa renda, começaram a crescer, a gerar riqueza, a modificar o cenário e a imprimir seu estilo de vida. Com isso, dinamizaram a economia local e fizeram surgir uma geração de bem-sucedidos fora do Plano Piloto.

Como boa parte do dinheiro conseguido veio do trabalho, quem começou do zero, e hoje tem uma renda confortável, evita falar em cifras, mas valoriza o esforço, gosta de contar a trajetória pessoal e carrega os ensinamentos dos pais como forma de inspiração. É o caso do empresário Adauto Mesquita, 45 anos. Mineiro de Unaí, ele era representante comercial e vivia com a mãe em Formosa (GO). Em 1995, resolveu se aventurar em ter o próprio negócio. A ideia era abrir uma distribuidora. Pensou em três locais: Barreiras (BA), Parauapebas (PA) e Palmas (TO). Visitou as três cidades, avaliou os prós e os contras e, por fim, escolheu a capital do Tocantins. Já com a mudança no bagageiro do carro, Adauto foi buscar um primo que morava em Samambaia e que iria com ele para Palmas. ;Foi, aí, que eu percebi que eu não tinha colocado Brasília entre as minhas opções. Olhei aquele comércio movimentado de Samambaia e resolvi ficar por aqui;, conta.


Adauto alugou um pequeno galpão e abriu uma distribuidora de doces. O mineiro de sotaque arrastado passou a vender para o varejo de Samambaia. ;Eu mesmo ia nos mercadinhos, nas padarias. Eu não falava que era o dono, senão o povo pedia desconto. Só depois que eles foram saber que eu era o proprietário;, conta. Da distribuidora de doces de Samambaia, Adauto expandiu os negócios, fez sociedade com irmãos e, na época, com o principal concorrente, que atuava no Gama. Assim, a Garra Distribuidora se consolidou. Hoje, instalada na Área de Desenvolvimento Econômico de Águas Claras, em frente ao Riacho Fundo, atua em quatro unidades da Federação ; Bahia, Goiás, Distrito Federal e Piauí ; e garante mais de 500 empregos diretos. ;Virei o Adauto da Garra. Tenho orgulho do meu sobrenome ter sido fruto do meu trabalho;. Além do atacado, ele tem investimentos em outras áreas como varejo, factory e imobiliária.

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