Jornal Correio Braziliense

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Especialista aponta imprudência como causa de acidente em treinamento da PM

Especialistas ouvidos pelo Correio alertam que a segurança nos exercícios das forças policiais depende de quem comanda a ação. Em 2008, um cabo ficou paraplégico por causa de erro em prática

depois de levar um tiro durante um treinamento da Polícia Militar do Distrito Federal, é um exemplo de que os responsáveis pelos exercícios não se preocuparam com as regras básicas de segurança, como a vistoria das armas.

Se o instrutor tivesse tomado esse procedimento, de verificar os armamentos empregados na prática feita em 8 de abril de 2008, o PM não teria sido atingido pelo disparo que entrou pela omoplata, perfurou a coluna e se alojou na medula dele. O ferimento o deixou paraplégico. ;Ele (o instrutor) olhou no começo, mas toda vez que um participante sai e volta, principalmente se estiver armado, precisa fazer a checagem de novo;, reclama Saul, policial militar há mais de 19 anos. O PM que o atingiu, por exemplo, havia deixado o teste para ir à farmácia. O erro brutal foi todo filmado e confirma a sucessão de falhas.

O especialista em segurança pública George Felipe de Lima Dantas afirma que o treinamento policial se assemelha ao militar e o primeiro aspecto relevante é o ambiente operacional, que, segundo o professor, é de constante estresse. Para ele, a prática envolve instrumentos que levam perigo à vida, e o que determinará o sucesso é, na maioria da vezes, a prudência do instrutor. ;É preciso existir limites suportáveis para que o instrutor saiba a diferença entre a realidade e o treinamento e possa manter a situação dentro dos protocolos de segurança.;

Para o ex-secretário Nacional de Segurança Pública coronel José Vicente da Silva, falta, nas corporações, de um modo geral, os instrutores obedecerem às normas para evitar acidentes semelhantes. No caso de Saul, ele acredita que houve negligência por parte dos policiais responsáveis pela simulação. ;A arma precisa estar presente, porque o treinamento deve ser o mais próximo do real, mas o risco para os policiais tem de ser zero. Tudo deve ser checado dupla e até triplamente antes da ação. O cuidado nunca é demais;, opinou.

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