Guilherme Goulart
postado em 25/11/2013 06:50
O olhar entristecido acompanha Jacilda Cavalcante Damasceno há oito anos. Em julho de 2005, a aposentada de 69 anos perdeu o filho, atropelado e morto por um motorista que trafegava em alta velocidade no Pistão Sul, em Taguatinga. Após o choque pela tragédia com o professor de física Marcos Antônio Damasceno, então com 36 anos, a mãe só queria enterrá-lo com dignidade. Mas uma sucessão de erros da Polícia Civil do Distrito Federal fez com que o educador fosse sepultado como indigente no Cemitério de Brazlândia.O Correio Braziliense denunciou o drama vivido à época. Por meio de duas reportagens, o jornal mostrou que a família passou sete meses à procura do docente até conseguir as primeiras pistas sobre o destino dele. Mesmo Marcos tendo a Carteira de Identidade tirada no DF, os investigadores falharam ao tentar identificá-lo ; do período entre a morte e o enterro do corpo, passaram-se 24 dias. Dessa forma, Marcos morreu na condição de desaparecido.
Uma semana antes de ser atropelado, o professor da Secretaria de Educação foi assaltado e, por causa disso, estava sem os documentos. Na hora do acidente, ele seguia para a Universidade Católica de Brasília, onde daria uma palestra. Só depois de uma foto publicada no Correio, descobriu-se que um corpo dado como indigente era o de Marcos. Uma perita criminal que tinha feito exames no cadáver reconheceu a imagem estampada no periódico e avisou a chefia do Instituto de Medicina Legal (IML).
Após série de constrangimentos sofridos na porta do IML, o órgão reconheceu o erro. Dias após a reportagem do Correio, o então diretor do Instituto de Identificação (II), Iverton Batista de Carvalho, admitiu, em memorando, que o suposto indigente era mesmo Marcos. À reportagem, afirmou que a ficha datiloscópica dele não foi encontrada no setor de pesquisa, onde o trabalho é feito manualmente.
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