O coordenador do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, João Feitosa, admitiu, nesta segunda-feira (25/11), que houve falha humana na ação dos agentes que fiscalizavam os dois detentos da Papuda no Hospital Regional do Paranoá. Eles fizeram Weclef Rezende e o filho Ryan Nunes Moreira, de 10 anos, reféns dentro de um quarto, no último domingo (24/11).
"Houve falha humana, mas vamos ouvi-los para saber o que de fato aconteceru", afirmou João Feitosa ao ser questionado sobre a atitude dos agentes penitenciários que estavam responsáveis pelos detentos hospitalizados no Paranoá. Os agentes serão ouvidos por uma comissão da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) na tarde de hoje, para saber como ocorreu a abordagem dos criminossos.
Em nota, a A SSP-DF informou que "após o incidente, todos os órgãos da Segurança Pública foram acionados e todas as providências cabíveis foram tomadas, tais como instauração de inquérito policial para apuração dos fatos; realização de perícia, bem como instauração de procedimento administrativo para apurar possíveis responsabilidades".
Estado de saúde de Ryan
Mais cedo, a mãe de Ryan reclamou do atendimento dado ao filho. Segundo ela, a criança passou mal durante a madrugada e não foi atendida pelos médicos. Ela afirma que o hospital está priorizando o atendimento aos presos para que eles sejam liberados mais rapidamente.
A Secretária de Estado de Saúde do DF afirmou, em nome de Rommel Lima Costa, coordenador de saúde do Paranoá, que o menino está bem e recebendo atenção necessária. A secretaria acrescentou, ainda, que o estresse que a criança passou ontem não é indicado para quem foi submetido a um procedimento cirúrgico.
O caso
Dois presos que cumprem pena no Complexo da Papuda e estavam internados no mesmo andar que Ryan - hospitalizado no Hospital do Paranoá, no último sábado (23/11), para a retirada do apêndice - aproveitaram uma falha dos policiais que faziam a escolta e os renderam . Os criminosos Wanderson Alex Borges da Silva, 20 anos, e Ribamar Rufino de Lira, 38, condenados por asssassinato e tráfico, fizeram a criança e o pai reféns dentro do quarto de hospital.
A falta de vigilância de três agentes penitenciários será investigada pela Secretaria de Segurança Pública em uma sindicância. ;Vamos avaliar se houve algum erro do servidor que estava fazendo escolta. Vai ser instaurada sindicância. O policial não pode se colocar numa condição de tomarem a arma dele. Foi um caso grave, mas terminou bem;, destacou o secretário da pasta, Sandro Avelar. A Vara de Execuções Penais vai apurar o episódio.
Com informações de Camila Costa e Mara Puljiz.