Cidades

Coordenador admite falha na atuação de agentes onde pacientes foram reféns

Agentes penitenciários responsáveis pelos internos da Papuda que fizeram dois reféns no Hospital do Paranoá serão ouvidos pela Secretária de Segurança Pública

postado em 25/11/2013 13:19

O coordenador do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, João Feitosa, admitiu, nesta segunda-feira (25/11), que houve falha humana na ação dos agentes que fiscalizavam os dois detentos da Papuda no Hospital Regional do Paranoá. Eles fizeram Weclef Rezende e o filho Ryan Nunes Moreira, de 10 anos, reféns dentro de um quarto, no último domingo (24/11).

"Houve falha humana, mas vamos ouvi-los para saber o que de fato aconteceru", afirmou João Feitosa ao ser questionado sobre a atitude dos agentes penitenciários que estavam responsáveis pelos detentos hospitalizados no Paranoá. Os agentes serão ouvidos por uma comissão da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) na tarde de hoje, para saber como ocorreu a abordagem dos criminossos.

Em nota, a A SSP-DF informou que "após o incidente, todos os órgãos da Segurança Pública foram acionados e todas as providências cabíveis foram tomadas, tais como instauração de inquérito policial para apuração dos fatos; realização de perícia, bem como instauração de procedimento administrativo para apurar possíveis responsabilidades".

Estado de saúde de Ryan

Mais cedo, a mãe de Ryan reclamou do atendimento dado ao filho. Segundo ela, a criança passou mal durante a madrugada e não foi atendida pelos médicos. Ela afirma que o hospital está priorizando o atendimento aos presos para que eles sejam liberados mais rapidamente.


A Secretária de Estado de Saúde do DF afirmou, em nome de Rommel Lima Costa, coordenador de saúde do Paranoá, que o menino está bem e recebendo atenção necessária. A secretaria acrescentou, ainda, que o estresse que a criança passou ontem não é indicado para quem foi submetido a um procedimento cirúrgico.
O caso

Negociações duraram pelo menos 3h30 e foram conduzidas por agentes do DOE

Dois presos que cumprem pena no Complexo da Papuda e estavam internados no mesmo andar que Ryan - hospitalizado no Hospital do Paranoá, no último sábado (23/11), para a retirada do apêndice - aproveitaram uma falha dos policiais que faziam a escolta e os renderam . Os criminosos Wanderson Alex Borges da Silva, 20 anos, e Ribamar Rufino de Lira, 38, condenados por asssassinato e tráfico, fizeram a criança e o pai reféns dentro do quarto de hospital.

A falta de vigilância de três agentes penitenciários será investigada pela Secretaria de Segurança Pública em uma sindicância. ;Vamos avaliar se houve algum erro do servidor que estava fazendo escolta. Vai ser instaurada sindicância. O policial não pode se colocar numa condição de tomarem a arma dele. Foi um caso grave, mas terminou bem;, destacou o secretário da pasta, Sandro Avelar. A Vara de Execuções Penais vai apurar o episódio.

Com informações de Camila Costa e Mara Puljiz
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