Cidades

"Eu quero é jogar bola", diz garoto mantido refém em hospital, após alta

Passada a agonia do último domingo, o menino que se recuperava de uma cirurgia volta a sorrir e revela pressa para brincar e estudar

postado em 28/11/2013 06:07

Ryan, com a mãe, Nilca, ganhará um almoço especial no fim de semana

;Estou me recuperando, mas o que eu quero é jogar bola.; Com essas palavras, o agora sorridente Antônio Ryan Nunes Moreira, 10 anos, resumiu a sua maior vontade depois de ficar quase cinco horas em poder de dois bandidos dentro do Hospital Regional do Paranoá, onde se recuperava de uma cirurgia de apendicite. O menino recebeu alta no início da tarde de ontem e contou ao Correio detalhes dos momentos de tensão vividos na unidade de saúde. Ele e o pai, Weclef Moreira, 30 anos, foram feitos reféns no último domingo após os criminosos Wanderson Alex Borges da Silva, 20 anos, e Ribamar Rufino de Lira, 38, fugirem da ala carcerária, no mesmo andar onde a criança estava internada.



Ryan chegou ao hospital na noite do último sábado com dores abdominais. Segundo a equipe médica, ele estava com o apêndice supurado. O sequestro aconteceu menos de 12 horas depois do procedimento cirúrgico, feito por volta da 1h de domingo. ;Eu só fiquei com medo no início, na hora em que tudo começou, mas, depois, eu vi que eles (os bandidos) não iriam me machucar, nem meu pai;, lembrou (leia Três perguntas para).

[SAIBAMAIS]O sentimento de toda a família é de alívio. A mãe de Ryan, Nilca Nunes, 28 anos, ficará em casa nos próximos dias para cuidar mais de perto do filho. Ela, que tem mais um casal de gêmeos, de 5 anos, contou que, no fim de semana, haverá almoço especial para comemorar o desfecho da história. ;Foi um sufoco. O meu grande medo era não vê-los mais vivos. Nem o meu filho, nem o meu marido;, disse Nilca. Por conhecer o temperamento do marido, ela também temia uma reação de Weclef. ;Nunca mais quero passar por uma coisa dessas, mas agora acabou, graças a Deus;, comemorou.

Falhas

O sequestro aconteceu por causa de uma série de erros. O principal deles, por falha no revezamento dos agentes de atividades penitenciárias escalados para a escolta dos detentos. Dois deles deixaram um dos colegas sozinho e saíram para almoçar. Ao perceberem isso, os bandidos armaram um plano. Wanderson pediu para ir ao banheiro, deu uma gravata e entrou em luta corporal com o agente. Enquanto isso, Ribamar pegou a pistola deixada em uma gaveta e trocou tiros com a polícia, antes de entrar no quarto de Ryan.

A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação