Cidades

Mais modernas, evangélicas abandonam estereótipo da mulher sem vaidade

Seguidoras da religião são bem-sucedidas e servem de exemplo para os demais fiéis

postado em 01/12/2013 08:17
Saia comprida, cabelos longos, rosto sem maquiagem, pernas sem depilação. Para muitas pessoas, esse é o retrato das mulheres que seguem a fé evangélica. O conceito construído ao longo dos anos com base nesse estereótipo criado em torno delas começa, aos poucos, a mudar. ;Eu mesma tinha um certo preconceito em relação aos evangélicos. Nasci em uma família católica e, até os 15 anos, frequentava a missa;, conta a advogada Priscilla Tasso, 25 anos, convertida há sete. Nem de longe ela se enquadra na descrição do início do texto. Elegante, articulada e bem-sucedida, representa o novo perfil das mulheres cristãs, como elas mesmas se denominam.

Priscilla Tasso nem de longe se enquadra no antigo estereótipo

Nos 10 últimos anos, os cultos protestantes ganharam milhares de novos adeptos no Distrito Federal e, hoje, representam a opção religiosa de 26,8% da população, segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Grande parte desse crescimento se deu em virtude do avanço das denominações neopentecostais, nascidas na década de 1970 com o intuito de renovar práticas tradicionais e adaptá-las aos costumes da atualidade. Com isso, a mulher também passou a ocupar um novo espaço e a ganhar lugar de destaque nos cultos e até mesmo no comando das igrejas.



Na igreja, enquanto Priscila comanda um dos maiores templos do DF, o de Ceilândia, a irmã toca a área administrativa do grupo e é responsável por uma editora. Em breve, ela vai estrear um programa de tevê. Tanto trabalho reflete a expansão e a força das igrejas neopentecostais no país. ;O preconceito da sociedade em geral (em relação aos evangélicos) acontece por uma barreira criada desde sempre. O Brasil foi um país católico em sua gênesis. Assim, uma nova maneira de interpretar a fé soa como algo diferente, e as pessoas têm muita reserva. A tendência é o desaparecimento desse preconceito, pois já não podemos ser considerados um país de maioria católica. Acredito que, até 2020, seremos maioria;, acredita Lúcia Rodovalho.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação