;Respirar. A sensação é de respirar;, respondeu Walter Teixeira Santana à pergunta sobre como se sentia após cinco horas de cirurgia. O servidor aposentado dos Correios está reaprendendo, aos 55 anos, a viver com um pulmão de 27. Importou-lhe pouco o desconforto da entubação. Há seis meses, respirar, função que, de tão primordial, é automática e inconsciente, consumia seus esforços por causa de uma doença, a fibrose pulmonar idiopática. Na madrugada do dia 20 de novembro, ao tornar-se o segundo paciente a se submeter ao transplante de pulmão no Distrito Federal, Walter esticou a expectativa de vida de dois anos para um bem-vindo período indeterminado.
A necessidade de o aposentado receber um novo pulmão coincidiu com a evolução do processo de credenciamento do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) para a realização de transplantes de pulmão e medula óssea. Antes, a infusão de medula só estava disponível em hospitais privados. A ampliação das modalidades faz com que apenas dois tipos de órgãos ; pâncreas e pele ; não sejam oferecidos na cidade. Os avanços nesse setor da saúde pública colocam o DF entre os polos nacionais de transplante, cenário bem diferente de poucos anos atrás. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, aqui já se mede a melhor proporção de doadores por milhão de habitantes: 116 contra 44,3 em âmbito nacional.
O número de transplantes de coração também impressiona. Entre janeiro e junho, foram 17 pacientes atendidos, um a menos do que todo o ano anterior. Por meio de Elaine Eustáquio Pinto, conhecida da família e uma das pacientes que recebeu um coração em 2012, é que Walter descobriu a possibilidade de ser atendido em Brasília. ;Aqui estou em casa. Se tivesse de ir para outra cidade, mudaria a vida de todo mundo, seria muito difícil. E, minha filha, o tratamento que recebi nesse hospital foi o melhor possível. Recebi muito carinho, muito amparo;, elogia Walter.
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