Renato Alves
postado em 15/12/2013 06:25
Quase 10 anos após ficar conhecido em todo o país por causa da sua honestidade, Francisco Bazílio Cavalcante está de malas prontas para deixar de vez o Distrito Federal. Esquecido pelos políticos, mas ainda lembrado pela população, o ex-faxineiro que encontrou e devolveu um pacote de US$ 10 mil perdeu o emprego no Aeroporto de Brasília, onde trabalhou por mais de 30 anos, e decidiu se aposentar. Incomodado com o marasmo, saudoso, agora ele só pensa em vender a casa e comprar uma chácara na serra próxima a Sobral (CE), onde nasceu, foi criado e moram os pais e grande parte da família.
Apesar de ter acumulado tempo de trabalho suficiente para se aposentar, Francisco queria seguir trabalhando no aeroporto. Mas não lhe deram escolha quando veio a privatização do terminal candango e a consequente troca da empresa responsável pela limpeza. ;Aquilo ali era a minha vida. Os meus amigos estavam todos lá. Não consigo ficar parado. A gente precisa trabalhar para se sentir útil;, comenta ele. Sem muitos amigos na vizinhança, também pesou a saudade da mãe, para quem telefona toda semana. ;Toda vez, ela pergunta se já vendi a casa e não para de chorar, dizendo que me quer perto dela;, conta.
Com 65 anos, Francisco é o mais velho dos 12 filhos ; seis homens e seis mulheres ; de Maria José Cavalcante, 86 anos, e João Batista Cavalcante, 93. O casal mora em Sobral, onde está também a maioria dos filhos. ;Eles (os pais) estão bem, não têm doença nenhuma. Mas sentem muita falta de ficar com os filhos juntos;, observa Francisco. Também gozando de boa saúde, o ex-faxineiro tem cinco filhos e oito netos. Apenas um dos filhos mora distante, no Paraná. Mas nenhum deles o segura em Brasília ou no Entorno, onde vivem os demais. ;Cada um tem a sua vida. Estão todos criados;, ressalta.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.