postado em 21/12/2013 08:45
Os gastos dos deputados distritais com verba indenizatória aumentaram 17,55% entre outubro de 2012 e outubro deste ano. Foram mais de R$ 450 mil de acréscimo à conta de recursos que saem dos cofres públicos, passando de R$ 2,610 milhões no ano passado para R$ 3,068 milhões em 2013. Somente com combustíveis, foram torrados mais de R$ 500 mil, que dariam para percorrer 1,6 milhão de quilômetros em um carro de passeio com média de consumo de 10 quilômetros por litro. A distância é correspondente a 41,5 voltas ao redor da circunferência da Terra. As despesas podem ficar ainda mais salgadas no ano que vem, caso a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) decida repassar para a situação local o reajuste de 7,76% concedido esta semana a deputados federais para a Cota de Atividades Parlamentares, correspondente federal à verba paga aos distritais.Conforme a média de quilômetros rodados em 2013, cada deputado poderia andar quase 7 mil quilômetros por mês, o que significa mais do que a distância de um ponto extremo ao outro do Brasil. Para se ter ideia, são 5,5 mil quilômetros entre o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, ao município de Oiapoque, no Amapá. Até outubro, o mês de maior gasto no ano foi março, com R$ 415.033, sendo R$ 79.215 apenas em combustíveis e lubrificantes ; que podem corresponder a até 40% do total de recursos disponíveis da verba indenizatória (veja Quadro). A segunda maior despesa com gasolina foi no menor mês do ano: fevereiro, que teve 28 dias em 2013. Em pleno carnaval, a festa foi tamanha que foram utilizados R$ 61.882 de dinheiro público para que os distritais e seus assessores circulassem pelo DF (o gasto total do mês foi de R$ 333.969).
A principal justificativa dos deputados para tanto dinheiro dispensado com combustíveis é que a atividade parlamentar é feita próxima das bases eleitorais. No entanto, a desculpa não é bem aceita pela sociedade e nem por especialistas. Para o pesquisador Leandro Rodrigues, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), como o Distrito Federal é uma unidade da federação cujo território é compacto, não tem força a tese de que é necessário gastar tanto dinheiro com gasolina. ;É preciso ter um controle maior nos gastos públicos, e os deputados precisam dar exemplo, já que são os responsáveis pela fiscalização das despesas do Executivo;, opina.
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