postado em 22/12/2013 08:45
;Se eu falasse, na época da faculdade, que atuaria no Tribunal do Júri, ninguém acreditaria. Era muito calado, tímido.; Para surpresa de quem o conhece, a revelação é do promotor de Justiça Maurício Miranda, uma das atrações dos julgamentos da capital. Aos 48 anos, 26 dedicados aos tribunais, ele se diz realizado e feliz por ter ajudado na condenação de criminosos ; já perdeu a conta de quantos. Horas antes de viajar para Goiás e iniciar o período de férias, Miranda recebeu o Correio em casa e conversou por quase duas horas, na última quinta-feira.
Em vez da toga usada no plenário, vestia camiseta, bermuda e calçava chinelos. Na mesa da cozinha, entre um gole e outro de café, falou sobre trabalho, família, ameaças, casos emblemáticos, e chegou a confessar que a aposentadoria ; após quase três décadas dedicadas aos ministérios públicos de Goiás e do DF ; está próxima.
Figura conhecida no Tribunal do Júri de Brasília, Miranda é temido por muitos. ;Uma vez, chegou uma senhora lá e disse que o filho seria julgado, mas que não queria que o promotor ;gordinho; participasse;, conta, rindo da forma como a mãe do acusado o definiu. Com uma memória invejável, lembra-se do início da carreira de promotor, sem parar para pensar: 7 de maio de 1987, no Ministério Público de Goiás. A recordação é a mesma para o primeiro réu: Ernane, o homem que matou um senhor com um pedaço de lenha, no interior de Goiás. ;Lá, atuei em todas as áreas, tipo clínica-geral. Cuidava até de casamento. Nunca deixei um casal sair de lá para a separação. Seguramos muitos relacionamentos;, explica, orgulhoso.
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