Nos fundos da clínica de recuperação para dependentes químicos Salve a Si, Adeílson Mota de Carvalho trabalha concentrado em meio a centenas de móveis velhos e quebrados. Marceneiro habilidoso, o ex-morador de rua de 38 anos conseguiu recuperar dezenas de cadeiras, mesas, armários e instrumentos musicais que pareciam impossíveis de serem restaurados. Com o talento dele, o centro de reabilitação ganha mobília nova.
Adeílson ficou famoso no país em agosto do ano passado. Então usuário de crack e sem-teto, ele foi o responsável por encontrar o universitário Felipe Dourado, 22 anos. O jovem ficou duas semanas desaparecido (leia Memória). Como recompensa, a família do garoto quis doar R$ 5 mil, mas Adeílson recusou o dinheiro e fez outro pedido: ser internado para se libertar das drogas.
Há quase cinco meses em tratamento, ele é considerado por psicólogos da clínica um dos melhores pacientes. Daqui a pouco mais de 50 dias, o paraense de Redenção concluirá o seu período na casa, mas o desejo dele é continuar no lugar em 2014 não como paciente, mas como professor.
É que Adeílson passou a ensinar o ofício de marceneiro para internos interessados em aprender a arte da madeira. Paciente, ele tem uma turma de alunos fiel. Como tudo na carpintaria é improvisado, inclusive as ferramentas, o ex-sem-teto corre contra o tempo para tentar montar um galpão com mais estrutura. ;Eu amo esse lugar, pois foi aqui que eu consegui me livrar das drogas e quero trabalhar aqui;, afirmou.
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