Quase metade dos servidores comissionados empregados nos órgãos públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) não passou por concurso. São pessoas indicadas por deputados distritais ou por aliados do governo, que chegaram ao cargo por influência de padrinhos políticos e não por mérito. O quadro é ainda mais grave nas administrações regionais: 84% dos funcionários comissionados não têm vínculo com a administração pública. O governo promete melhorar essa realidade até 2015, com a realização de concursos públicos.
Em 2013, o GDF conseguiu reduzir o percentual geral de comissionados que não fizeram concurso, de 54,8% para 48,2%, em comparação com o ano anterior. A Lei Orgânica do Distrito Federal estabelece que, pelo menos, 50% dos cargos sejam ocupados por servidores de carreira. Apesar de o Executivo ter ficado abaixo desse percentual na contabilidade geral, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e o Tribunal de Contas do DF exigem que a conta seja feita isoladamente em cada órgão do GDF, como secretarias, administrações e empresas públicas. Nesse quesito, o Executivo está bem longe de atender a determinação.
A Administração do Sudoeste e da Octogonal é o local com maior percentual de comissionados não concursados: 98,3% dos 59 servidores chegaram ao posto por indicação. A cidade faz parte da cota do PPL dentro do governo. Na Administração de Águas Claras, envolvida em um grande esquema de corrupção no início de novembro do ano passado, 94% dos ocupantes de cargos em comissão não são concursados. Carlos Sidney, indicado pelo distrital Olair Francisco (PTdoB), foi demitido depois de ser acusado de participação na concessão irregular de alvarás.
O presidente da Associação de Moradores de Águas Claras, José Júlio de Oliveira, defende a realização de concursos para as administrações regionais. ;Aqui na cidade, quase todos os servidores são indicados por políticos. A maioria não tem nenhum compromisso com a qualidade dos serviços públicos, o único interesse é político;, critica o morador.
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