Luiz Calcagno
postado em 15/01/2014 06:00
[VIDEO1]A negligência na manutenção de piscinas coloca em risco a vida de milhares de brasilienses. No Distrito Federal, no Entorno e nos principais destinos turísticos, a falta de cuidados transformou reservatórios em armadilhas. Em muitos espaços, principalmente os mais antigos, sistemas de sucção de água ameaçam quem cai na água para se divertir. A última vítima do descaso foi o administrador de empresas Josias Andrade, 43 anos. O morador de Taguatinga fraturou a perna direita no ralo de uma piscina no Residencial Privé das Thermas, em Caldas Novas (GO). É o mesmo local onde o menino Kauã Davi de Jesus Santos, 7 anos, morreu, há 10 dias, após ficar 10 minutos submerso com o braço preso numa das tubulações (leia Memória). O Ministério Público de Goiás recomendou fechar o resort.
[SAIBAMAIS]Especialistas alertam que mecanismos antigos são propícios para prender banhistas no fundo da água. Construtor de piscinas há 30 anos, Vicente Batista dos Santos alerta para os riscos e cita alguns dos erros comuns encontrados nas piscinas com mais de 10 anos de fabricação. ;Normalmente, elas são enormes e não têm dupla sucção, como é o recomendado. Esses clubes também usam ralos de 75mm, quando o tamanho ideal daqueles de fundo deveria ser de 150mm, o que impede o banhista de fechar completamente a passagem da água e ficar com o membro preso;, explicou.
O proprietário de uma loja de venda e manutenção de piscinas Eliseu Miranda Cavalcante critica quem ainda não substituiu o sistema de captação de água fechado pelo aberto (confira ilustração). Ao Correio, ele usou a filha Geovana, de 6 anos, para demonstrar a segurança do mecanismo moderno (veja vídeo). ;Eu posso enfiar o cabelo dela todo dentro do ralo, que ela não corre o risco de se machucar. Isso ocorre porque a sucção é inversa. Em vez de sugar, a água afasta a pessoa. Essa segurança é proporcionada porque o ralo de sucção fica em uma casa de máquinas fora da piscina e não dentro, como vemos por aí;, afirmou.