Adriana Bernardes
postado em 24/01/2014 06:03
Um não quer nem falar sobre o assunto. O outro conta em detalhes a violência sofrida, mas pede sigilo do nome. Ambos são taxistas que caíram nas mãos de criminosos no Distrito Federal. ;Não usei o dispositivo de segurança, que é desconfiar até da pulga;, resumiu a primeira vítima de roubo para, logo em seguida, se desculpar por não querer relembrar os momentos de horror e desligar o telefone. Em vigor desde a última terça-feira, a Lei Distrital n; 5.283 poderá aumentar a segurança dos cerca de 6 mil taxistas da cidade. Por exigência da norma, os profissionais estão, agora, obrigados a parar nas barreiras e nos postos policiais a partir das 20h. A polícia, por sua vez, fará a identificação do motorista e dos passageiros, além de pegar informações sobre o destino da corrida.
A legislação é comemorada pelo diretor do Sindicato dos Permissionários de Táxis e Motoristas Auxiliares do DF (Sinpetax-DF), Sérgio Aureliano. Ele diz que essa era uma reivindicação antiga da categoria. ;Mas como é nova, estamos pedindo que os comandos da PM se programem. Eles precisam estar a postos. Se a gente estiver em perigo, com um bandido dentro do carro e, se não tiver policial para mandar parar, tenho que passar direto. Não posso correr o risco de parar por conta própria e pedir ao PM para fazer a vistoria;, explica Aureliano.
Apesar da ressalva, o dirigente sindical acredita que a legislação deve inibir a ação de criminosos contra os profissionais. A esperança é de que os bandidos também evitem usar o táxi para cometer crimes, uma vez que correm o risco de serem pegos com armas dentro dos veículos. O sindicato da categoria estima, em pelo menos 50, o número de vítimas de assalto ao longo do ano passado. Mas reconhece que nem todos os casos foram registrados, pois, muitas das vítimas preferem não fazer a queixa por medo. A Secretaria de Segurança Pública diz não ter estatísticas de roubos ou furtos contra taxistas. Os dados são gerais, por natureza de crime e não por categoria de vítima.
Medo
Pedro (nome fictício), 58 anos, foi esfaqueado por um criminoso que se passou por cliente. A cicatriz na pele o faz se lembrar diariamente do medo da morte. ;Pela vontade da minha família, eu nunca mais trabalharia num táxi. Mas não tem jeito. Preciso do serviço;, lamenta. Passados dois meses do crime, ele ainda não retomou a rotina de trabalho. ;Eu geralmente virava a noite de sexta e de sábado. Mas, depois disso, nunca mais;, conta.
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