Cidades

Ao contrário da promessa, obras em viaduto de Ceilândia só vão começar 2ª

Ampliação da rede de drenagem no viaduto de Ceilândia em que duas pessoas morreram afogadas não começou ontem; prazo para o término dos trabalhos é de até 70 dias. Comunidade alerta para outros pontos de perigo na região

postado em 25/01/2014 08:03

O viaduto da QNM 5/7 foi fechado após a segunda morte por afogamento no local em pouco mais de três meses: pedestres continuam atravessando a pista, mesmo com o aviso da interdição

As obras com início prometido para ontem não começaram no viaduto da QNM 5/7, em Ceilândia Norte. Na última terça-feira, o excesso de água provocou uma morte no local, quando Manoel Silva Júnior, 20 anos, ficou preso em um carro e se afogou. O fato aconteceu pouco mais de três meses depois que a pequena Geovana Moraes de Oliveira, 6, se afogou dentro de um ônibus escolar no mesmo ponto. A Secretaria de Obras interditou a passagem e anunciou o início das intervenções, mas o único trabalho realizado foi a limpeza das bocas de lobo da passagem.

O Correio esteve no local para registrar o começo da ampliação da rede de drenagem, porém nenhuma máquina atuava no viaduto. O acesso permanece interditado para a circulação de veículos, mas os pedestres passam normalmente pela via, arriscando-se mesmo durante a chuva. A primeira medida tomada pelo governo, de fechar o trecho, agradou a moradores. ;Acho que devia mesmo ser fechado, parar de circular carro por aqui. Outro dia tive que ir para o posto de saúde e me atrasei porque estava esperando a chuva parar e a enxurrada diminuir. Caso contrário, ninguém passa;, afirmou a babá Elizete Machado Duarte, 30 anos.



A comunidade alerta que o problema não seria exclusivamente a drenagem. Ueles Lima, 40 anos, é gerente de vendas de uma fábrica de pães em frente ao local dos acidentes. ;Não adianta interditar e limpar somente aqui. Tem que desobstruir as bocas de lobo lá de cima, que é de onde a chuva desce. E o pessoal não se conscientiza, joga lixo na rua e se arrisca a passar debaixo do viaduto, mesmo com uma tempestade;, denunciou.

O consultor de tecnologia da informação Cleber Sousa, 33 anos, também argumenta que promover melhorias apenas no viaduto não resolverá todo o problema. ;Ceilândia é como um morro, e toda a parte de baixo sofre as consequências da chuva. A região não suporta o volume e as ruas viram rios. Pessoas e carros são arrastados. Esse viaduto é mais problemático porque quem passa não tem ideia da profundidade, nenhum é tão fundo quanto esse;, argumentou.

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