Luiz Calcagno
postado em 28/01/2014 06:03
O número de participantes no sambódromo da área central de Brasília ; ponto alto do desfile carnavalesco de 2013 ; foi de 8 mil pessoas. A quantidade destoa da multidão de 40 mil foliões que acompanhou a competição no Ceilambódromo em 21 de fevereiro de 2012. Mesmo diante do contraste, o Governo do Distrito Federal pretende manter a exibição das escolas de samba ao lado do Ginásio Nilson Nelson. Pelas ruas de Ceilândia, cidade que abriga 442.865 habitantes, cerca de 16% da população do DF, não é difícil encontrar quem se oponha à decisão do Executivo.
As amigas Daniela Martins, 30 anos, e Jéssica, 21, não foram ao desfile de 2013 e não pretendem participar este ano. ;Não vou pegar ônibus e metrô para acompanhar um desfile esvaziado. Aqui, tinha muito mais gente;, explica Daniela. ;Eu também não vou ao Plano;, concordou a amiga. A estrutura em que a população se reunia para acompanhar os sambas-enredos teria que mudar de lugar, já que a área, antes disponível para grandes eventos da cidade, hoje abriga as obras de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA,) da Secretaria de Saúde. Mas Acácio Oliveira não se importa. ;Queremos a UPA e o carnaval;, provoca.
O presidente da União das Escolas de Sambas e Blocos de Enredo do DF (Uniesbe-DF), Geomá Leite, conhecido como Pará, explica que, mesmo fazendo parte da região mais populosa da capital, Ceilândia e as regiões administrativas adjacentes contam com seis agremiações, contra 14 que votaram pela transferência do evento para o Plano Piloto. ;Como presidente, tenho que acatar a decisão dos grupos. Mas Ceilândia, de fato, concentrava muito mais foliões, e chegou a reunir funcionários de embaixadas. Vamos precisar de muita publicidade e atrativos para conseguir igualar o público;, explica.
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