postado em 29/01/2014 06:01
Eles cresceram nos bastidores do ofício de quem os criou. A experiência foi decisiva na hora de escolher a carreira que queriam seguir. Estavam ambientados e cheios de intimidade com a atividade. Agora, carregam o nome e a profissão das primeiras gerações de médicos, advogados, arquitetos e músicos do Distrito Federal. Embora trabalhem com os pais, eles lutaram para conseguir um lugar no mercado brasiliense e são exemplos de que, para ser bem-sucedido, é preciso mais que um sobrenome.
O brilho nos olhos do pai orgulhoso por exercer a medicina foi um dos fatores que levou o cirurgião Henrique Pohl, 40 anos, a trilhar o mesmo caminho de Frederico Pohl, 70. ;A decisão foi livre. Ele não influenciou no início, mas o trabalho diário e a felicidade com que levava a vida, me deixavam com bastante orgulho dele. E ainda me deixam;, disse Henrique. Hoje, pai e filho dividem a mesma sala, onde atendem os pacientes no Hospital Santa Luzia, na Asa Sul. Essa parceria se estende à sala de cirurgia, onde os dois operam, juntos, doentes com problemas no aparelho digestivo. ;Tem até paciente que me confunde por causa do sobrenome. Tem histórias de gente que chega a me dizer que achava que eu fosse mais velho;, brinca Henrique Pohl, o filho.
Em razão de o pai ser bastante conhecido em Brasília, Pohl ouviu de colegas de faculdade que seria mais simples para ele conseguir conquistar espaço profissional. ;Alguns achavam que a porta abriria com mais facilidade para mim. Mas, antes de mais nada, para se consolidar, é preciso demonstrar competência. Além do que, na medicina, precisamos passar por tantas aprovações e não tem como ter ajuda de parentes;, completou Henrique.
A relação entre Henrique e Frederico ficou bem mais fortalecida depois que passaram a trabalhar juntos. ;A união entre nós facilita para que possamos discutir e aprimorar a relação entre cirurgiões. Não há conflitos entre a gente;, afirmou ele. O orgulho é mútuo. Frederico não poupa elogios ao filho. ;De repente, ele falou que queria ser médico sem eu nunca ter tentado influenciá-lo diretamente. Foi espontâneo da parte dele;, contou Frederico. Para ele, ao Henrique optar pela medicina, ficou claro que exercia a profissão com primor. ;Significou que eu estava sendo bem-sucedido. É gratificante. Hoje, ele é em um grande profissional;, garante o pai, que foi aluno da primeira turma de medicina da Universidade de Brasília (UnB).
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