"Estou sem rumo, acho que não vou conseguir voltar para casa, não tenho coragem de ficar lá, disse Ana Cleide Almeida ao Correio na tarde desta sexta-feira (31/1). Ela recebeu a equipe de reportagem do jornal na casa da irmã, local onde está hospedada desde o dia em que o filho, Leonardo Almeida, de 29 anos, foi brutalmente assassinado.
Ana diz nunca ter presenciado nenhum tipo de violência na rua 34 de Águas Claras, nem nas proximidades, até o dia em que tiraram a vida do filho. Leonardo foi morto em frente ao prédio Real Flat, onde morava com a mãe há seis meses, na noite da última quarta-feira (29/1).
"Ao tirar a vida do meu filho, destruíram meu sonho, eu vivia pra ele", desabafou Ana Cleide, que ficou viúva há 13 anos. Desde então, era só ela e Leonardo em casa. Os dois eram muito ligados. Por um tempo moraram em São Paulo e fizeram amigos na cidade. Alguns vieram para o enterro do jovem, que foi realizado na tarde de ontem. A presença de colegas tem servido também como apoio emocional à mãe da vítima.
A família e os amigos de Leonardo preparam uma passeata em protesto à violência. Ana Cleide pediu que a população se mobilize contra o aumento da criminalidade no DF. O grupo sairá da estação concessionária do metrô de Águas Claras, passará pelo local do crime e seguirá para a residência oficial do governador Agnelo Queiroz.
Dois menores suspeitos de envolvimento no assassinato de Leonardo foram apreendidos na última quinta-feira (30/1). Segundo a polícia, um dos adolescentes, de 16 anos, admitiu ter dado os tiros. O outro jovem foi apreendido em São Sebastião na noite desta quinta-feira (30/1) e encaminhado para Delegacia da Criança e do Adolescente II (Taguatinga). A polícia informou que outro suspeito foi identificado e já está sendo procurado.
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