Uma quadrilha de colombianos que emprestava dinheiro a juros abusivos para pequenos empresários no Distrito Federal e Entorno foi desmantelada. Policiais cumpriram 17 mandados de prisão durante a operação Bacrim, nesta manhã de quarta-feira (5/2), contra os suspeitos de integrar o grupo de agiotas. O nome da operação é referência ao termo usado no país de origem dos suspeitos, para identificar crimes de extorsão. Os mandados foram cumpridos em Aniqueiras, Águas Claras e Taguatinga.
De acordo com o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (CORF) da Polícia Civil, Jefferson Lisboa, os 17 suspeitos - uma mulher e 16 homens - já foram presos e encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Além das prisões, a polícia apreendeu 14 motos, pequenas porções de maconha e grande quantia em dinheiro. O montante ainda vai ser contabilizada, mas o delegado acredita que tenham sido apreendidos mais de R$ 100 mil, 230 mil pesos colombianos e 7 mil dolares. Com a arrecadação obtida com a extorsão, os suspeitos pagavam aluguéis de quatro imóveis e outras dispesas pessoais. A polícia também acredita que parte do dinheiro era enviada para colômbia para o financiamento de outros crimes.
As investigações começaram em novembro depois que a polícia recebeu várias denúncias anônimas. A polícia descobriu que os colombianos procuravam pequenos comerciantes para emprestar dinheiro, mas cobravam juros diários e abusivos, ao ponto de a pessoa não conseguir pagar mais. O delegado acredita que para um empréstimo de R$ 1 mil, por exemplo, a quadrilha cobrava R$ 60 diariamente. Os comerciantes que não arcavam com as dívidas eram ameaçados e agredidos pelos agiotas.
A Polícia Civil ainda trabalha com a hipótese de que a quadrilha faça parte de um grupo maior de agiotas que atua em todo o Brasil. É possível que alguns dos suspeitos presos hoje tenham migrados de outros estados brasileiros, onde já eram procurados. A polícia ainda não sabe se os colombianos estavam vivendo de forma legalizada no Brasil.
O delegado Jefferson Lisboa explica detalhes da operação
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