Cidades

Divergências particulares e comunitárias causam polêmicas em regiões do DF

Mobilizações de moradores contra uma quadra de esportes no Sudoeste, uma creche do governo na Asa Sul e a realização de eventos no calçadão da Asa Norte levantam a questão sobre o equilíbrio entre os interesses particulares e públicos

Luiz Calcagno
postado em 06/02/2014 06:05

Associação de Moradores da Orla do Lago Norte quer normas para o uso do calçadão, impedindo o acesso ao estacionamento a partir das 22h

Em um curto período de tempo, pelo menos três eventos no Distrito Federal chamaram a atenção por um aspecto em comum: o conflito entre os interesses particulares e os comunitários. Há duas semanas, a mobilização da comunidade da Quadra 104 do Sudoeste contra a revitalização de uma quadra de esportes tornou-se pública. Dias depois, circularam pela internet as reivindicações de uma associação de moradores contrária à realização de eventos no calçadão da Asa Norte. Eles também pedem o cercamento da área. Na 204/205 Sul, a construção de uma creche do governo virou polêmica. Diante disso, um abaixo-assinado surgiu em resposta ao pedido pela restrição do calçadão.



A petição pública, que até ontem tinha 4,6 mil assinaturas, é resultado de um debate promovido em 28 de janeiro na Administração de Brasília sobre o uso dos espaços públicos em eventos culturais. O título do documento on-line não esconde o objetivo do grupo: ;Atenção, Brasília, o espaço público é público;. A discussão sobre a destinação da orla na Asa Norte, no entanto, não se limita ao tema específico. Ela se estende aos outros episódios e abre o debate sobre os limites do que é privado e do que é coletivo.

Para o economista e um dos responsáveis pelo PicNik no Calçadão, a briga é ainda maior. ;A partir do momento em que começamos a misturar classes, gêneros, cores, você legitima a presença desses grupos, antes confinados em espaços ou horários reduzidos pelo DF. Isso incomoda. É um sentimento comum na sociedade moderna, a mixofobia;, avalia. Para ele, há uma tensão entre o futuro e o passado de Brasília. ;A população está aprendendo a ocupar a cidade. Tem uma parcela que acredita no verde bucólico, mas sem vida. Mas há um movimento para trazer vida para a cidade, que bate de frente com essa visão conservadora;, completa.

A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação