Cidades

Série de falhas pode ter causado rompimento de adutora e morte de operário

O caso é investigado pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará); para o delegado, ainda é cedo para afirmar que houve falha humana

Luiz Calcagno
postado em 07/02/2014 06:00

Bombeiros prestam socorro a Luciano da Silva, que não resistiu após ficar 15 minutos submerso

Cansaço, inexperiência, falta de orientação e imprudência. Uma série de falhas na hora de religar o sistema de água de uma adutora na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) custou a vida de um funcionário terceirizado da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Luciano Almeida da Silva, 36 anos, se afogou na caixa de concreto, por onde passa o encanamento, após ficar 15 minutos submerso. Quatro operários ficaram feridos com o rompimento da estrutura. Um deles está internado em estado grave.

Minutos após a confirmação da morte, o presidente da Caesb, Oto Silvério Guimarães Júnior, disse que vai ;averiguar; as circunstâncias do acidente. Ele não admitiu erros nos procedimentos dos operários, que trabalhavam havia quase 27 horas seguidas. ;Tomamos todos os cuidados que se dizem necessários. Infelizmente, não foram suficientes. Agora, teremos de redobrar a atenção ao religar. Nesse momento, a nossa prioridade é dar assistência à família do companheiro que morreu;, afirmou.

Veja o vídeo que mostra o momento em que adutora se rompeu novamente:

[VIDEO1]



[SAIBAMAIS]O caso é investigado pela 4; Delegacia de Polícia (Guará). O delegado adjunto da unidade policial, Mário Henrique Jorge, informou que é cedo para afirmar que houve uma falha humana. ;Amanhã, vamos começar a ouvir testemunhas. Vamos aguardar o laudo do Instituto de Criminalística para saber se houve um erro de alguém, mas, a princípio, não há nada que comprove isso;.

As falhas

; Os funcionários trabalhavam na escora do
encanamento quando a água foi liberada na adutora.

; Os técnicos responsáveis pela liberação da água não se certificaram ou não
consideraram a hipótese de encher a tubulação com os funcionários dentro da caixa.

; Não havia no local um técnico de segurança do trabalho para
acompanhar os reparos e alertar sobre as possíveis falhas de
procedimento no serviço dos funcionários.

; Segundo a empresa terceirizada responsável pelo reparo, a Geobrasil, os operários trabalharam durante toda a madrugada e não foram rendidos pela manhã. O cansaço poderia induzi-los a erros no conserto e nos procedimentos de segurança.

; De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Caesb (Sindágua-DF),
os funcionários eram terceirizados, com pouco tempo de serviço na
Caesb e inexperientes para o tipo de trabalho delegado.

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