postado em 07/02/2014 13:30
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em Brasília penduraram as algemas nesta sexta-feira (7/2), simbolicamente, em protesto por melhores salários e condições de trabalho. Durante o ato, que reuniu cerca de 200 policiais, eles criticaram o governo federal, em especial o Ministério da Justiça, e marcaram uma paralisação de um dia para a próxima terça-feira (11/2).De acordo com presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, está havendo um ;boicote; do Ministério da Justiça - ao qual a Polícia Federal é ligada - a agentes, escrivães e papiloscopistas, porque outras carreiras do órgão, como peritos e delegados, vêm recebendo aumentos maiores.
Por sua vez, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federal, Jones Leal, disse que o trabalho da Polícia Federal no combate à corrupção está incomodando. "Estamos querendo chamar a atenção da sociedade [para isso]". Procurada, a assessoria do Ministério da Justiça informou que questões salariais são de responsabilidade do Ministério do Planejamento. Já a assessoria da Polícia Federal informou que não se pronunciaria.
;A verdadeira operação tartaruga está sendo feita pelo governo federal. Há oito anos apresentamos propostas ao Ministério da Justiça para recomposição inflacionária e definição das atribuições, e até hoje não tivemos uma resposta;, disse Werneck à Agência Brasil. O sindicato reclama que os policiais federais não têm uma lei orgânica que reconheça as atribuições deles.
Werneck disse ainda que, restando quatro meses para o início da Copa do Mundo, falta planejamento em relação à segurança. ;Um exemplo são os plantões no aeroporto de Brasília. Apenas três agentes fazem os plantões, enquanto a necessidade é 18 a 20 policiais;, criticou.
Jones Leal, que preside a federação, disse que, devido às más condições de trabalho e às perdas salariais, a Polícia Federal se tornou um ;trampolim; para outras carreiras e perdeu a capacidade de fixar os concursados. ;Hoje, gasta-se cerca de R$ 100 mil para formar um policial e, em três ou quarto anos, ele deixa o órgão em busca de melhores condições;, frisou.