Rodolfo Costa
postado em 11/02/2014 06:04
A nova frota de ônibus não impediu que os usuários do sistema ainda se queixem de problemas antigos. A principal reclamação é a longa espera pelos coletivos nas paradas. Em Ceilândia, há relatos de passageiros que chegam a ficar até 3h aguardando o transporte. Tem gente que prefere pagar duas passagens para tentar chegar mais rápido ao destino ou se render aos serviços piratas.
Só em 2013, a ouvidoria do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) atendeu 16.013 pessoas. Do total, 5.217 eram queixas relacionadas ao atraso dos coletivos. Os outros principais destaques são: má conduta de motorista (2.817), falta de ônibus (1.491) e desvio de itinerário (747).
Os ônibus confortáveis da nova frota não evitam a insatisfação dos passageiros. A administradora Daniele de Lima, 33 anos, moradora do Guará, diz que ainda espera muito pelo transporte. ;Trabalho em um projeto na Universidade de Brasília (UnB), então há trechos específicos para lá que não pego com a mesma facilidade, o que me toma um tempo que eu poderia utilizar para outros fins;, ressalta.
Morador de Brazlândia, o servidor público Luiz Carlos Ferreira, 49 anos, também não esconde o descontentamento. Em novembro passado, ele foi um dos cerca de 12 mil passageiros beneficiados pelos 45 novos coletivos que circulam na cidade. ;Vez ou outra, eu me pergunto onde estão esses ônibus, porque não os vejo em canto algum. Acho que não colocaram a nova frota para rodar, porque os atuais estão sucateados e sempre quebram durante o percurso;, diz.
Segundo o diretor-geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella, 70% dos ônibus foram trocados. ;No momento, estamos trabalhando para renovar a frota e implantar o sistema de integração;, destaca. Hoje, o maior desafio do governo é racionalizar o serviço. ;Temos linhas que percorrem até 60km. Um ônibus leva, hoje, até duas horas em um percurso. Queremos diminuir esse tempo de duração para otimizar nossas operações;, explica.
Contudo, algumas cidades ainda sofrem com o processo de transição entre as empresas após a última licitação. Regiões administrativas como Taguatinga, Samambaia, Gama e Ceilândia estão com uma defasagem na reposição dos ônibus.