Cidades

Ranking nacional: DF ocupa o 1º lugar em relação a porte de armas

A maioria recorre aos armamentos por proteção, mas especialistas alertam sobre os riscos da iniciativa

Rodolfo Costa
postado em 12/02/2014 06:01

Pérsio Montibello, do Clube Esportivo de Atiradores, Colecionadores e Caçadores:

Em tempos de criminalidade em alta na capital do país, os brasilienses decidiram se proteger por conta própria. O Distrito Federal aparece, proporcionalmente à população, como a unidade da Federação com a maior quantidade concedida de porte de arma no país. Está à frente de metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Em Brasília, entre 2012 e 2013, a Polícia Federal liberou 881 autorizações, uma média de 352,4 por milhão de habitantes. Os números são do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal (veja População armada).

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Em 2012, Brasília teve 521 licenças liberadas e 360 em 2013. Dessas, 652 (74%) ; destinadas a vários tipos de uso, como segurança privada e caça ; são temporárias, ou seja, podem ser suspensas a qualquer momento caso a pessoa cometa algum tipo de transgressão. Outras 72 foram liberadas especificamente para defesa pessoal (comprovada a necessidade). Mas a autorização para o cidadão ter uma arma é motivo de polêmica entre especialistas e parte dos moradores do DF. Enquanto uns acreditam que os índices de mortes violentas poderiam ser reduzidos com o desarmamento, outros defendem o porte como necessário para proteção e defesa pessoal.

Uma das principais preocupações no aumento de civis armados está na possibilidade de revólveres, pistolas e espingardas legais caírem nas mãos dos criminosos. De janeiro a outubro de 2013, 1.967 armas de fogo foram apreendidas na capital federal, ou 196 por dia. Do total, 23% estavam com adolescentes infratores, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do DF.

O medo tem levado a um incremento de registros de matriculados em cursos nas escolas de tiro de Brasília. Há três anos, o Clube Esportivo de Atiradores, Colecionadores e Caçadores do Distrito Federal (Ceac/DF) tinha cerca de 300 alunos. Hoje, há, aproximadamente, 1,1 mil associados. ;Esse aumento mostra que o cidadão está farto de tanta impunidade. Vivemos hoje uma violência crescente muito por conta da nossa própria legislação, que é branda e não pune o criminoso como deveria;, avalia o presidente da entidade, Pérsio Cláudio Montibello.

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