postado em 15/02/2014 08:03
Ele ocupa uma área de 420 hectares no coração de Brasília, já foi o palco de apresentações de Renato Russo e é o principal espaço de lazer de milhares de brasilienses. Mas o Parque da Cidade precisa, e muito, de melhorias. Embora tenha passado por transformações nos últimos tempos, a maior área verde da América Latina dentro de uma metrópole expõe áreas em situação de abandono. Praça das Águas, pedalinhos, piscinas de ondas são exemplos. Melhorias foram anunciadas pelo Governo do Distrito Federal em julho passado, em um pacote de R$ 25 milhões, mas nenhuma delas saiu efetivamente do papel. A promessa da Casa Civil, responsável por administrar os recursos, é de que as primeiras obras começarão na próxima semana.
O educador físico Cauê Guimarães, 30 anos, considera lamentável a situação do parque em alguns pontos. Atualmente, ele frequenta pouco o local, mas já fez uso diário do ambiente para práticas esportivas. ;Eu acho um absurdo essa condição atual de alguns lugares daqui. O parque é frequentado por moradores de todas as regiões do Distrito Federal e está abandonado. Em 2005, eu já via a situação de abandono em alguns lugares, mas agora está demais;, relatou Guimarães.
Os estudantes Mateus Paz e Flávia Ferreira, ambos de 18 anos, namoram há 1 ano e meio. Boa parte do relacionamento é embalado por caminhadas pelo Parque da Cidade. Ela reclama da pista usada para caminhadas, corridas e ciclismo. ;Deveria ter uma manutenção melhor, algumas partes estão muito carentes disso;, disse Flávia. Já o jovem reclamou da área da Piscina de Ondas. ;O espaço poderia estar sendo utilizado para o lazer das pessoas, mas está às traças;, afirmou Mateus. Ele ainda falou que faltam bancos no parque.
Próxima ao Estacionamento 2, a Piscina de Ondas vivia lotada nos anos 1980 e 1990. Hoje, o local está abandonado e não foi incluso na lista de melhorias do GDF. Segundo o administrador do Parque da Cidade, Paulo Dubois, o empecilho para que a piscina volte a funcionar é o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), que está em discussão na Câmara Legislativa. ;Precisamos que o plano seja aprovado para, aí sim, haver uma licitação para a escolha da empresa que realizará a obra do local e que o administrará. Para isso, temos que ter interesses dos empresários para que o ambiente funcione novamente;, explicou.
A estudante de direito Lara Sena Scapetti, 19 anos, tem o hábito de pedalar no parque. A falta de pistas específicas para os ciclistas é uma das reclamações recorrentes entre usuários. Segundo ela, a reforma deve ser feita ;o quanto antes;. ;Significará a melhoria da qualidade do nosso parque. Aqui é o lugar de lazer em Brasília;, disse a jovem. Segundo Paulo Dubois, um dos projetos inclui a construção de uma pista de caminhada (10km) para minimizar o conflito de pedestres e ciclistas. O projeto reserva ainda o plantio de mudas de árvores ao longo do percurso e um deque às margens do lago para descanso. A obra está em processo de ajustes e de elaboração de licitação na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), ainda sem previsão para início.
Readequação
Segundo o chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, as intervenções no parque não começaram devido à necessidade de readequação dos projetos por parte da Novacap e da Secretaria de Obras. A promessa é de que a nova iluminação dos estacionamentos, sob responsabilidade da Companhia Energética de Brasília (CEB), e a implantação de 14 câmeras de segurança, pela Secretaria de Segurança Pública, tenham início na próxima semana.
A construção do novo acesso de veículos ao parque, na 912/913 Sul, que deveria ter sido concluído até o fim do ano passado, acabou interrompida. Segundo Swedenberger Barbosa, a Novacap teve que refazer o projeto devido a custos não previstos no plano original. Porém, o chefe da Casa Civil garantiu que a Novacap deve retomar a obra em março. Ainda de acordo com ele, os outros projetos previstos no pacote de obras, como a revitalização do Parque Ana Lídia e do Parque Castelinho estão em fase de readequação. ;Após a reavaliação, eles estarão prontos para licitação, mas, como envolvem vários órgãos, não podemos afirmar quando as obras começam;, explicou.