Cidades

Acampamentos rotineiros fazem a Esplanada virar terra de ninguém

Administração de Regional Brasília não tem critério claro para a montagem de estruturas no gramado central

postado em 20/02/2014 06:03

Pelo menos 100 barracas e 300 pessoas, de todo país, pretendem ficar no gramado da Esplanada até hoje

O gramado da Esplanada dos Ministérios e adjacências tem sido ocupado rotineiramente por manifestantes e público de eventos religiosos, culturais e esportivos. Alguns chegam a montar acampamentos, com barracas e até cozinha, ocupando um dos principais cartões postais de Brasília. No entanto, os órgãos de fiscalização do Governo do Distrito Federal e a Polícia Militar tratam os ocupantes de forma diferente. Enquanto sequer incomodam alguns grupos, como os apoiadores dos condenados do Mensalão, que permanecem ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF) há mais de três meses, mostram tolerância zero com outros, como os alunos das universidades cariocas Gama Filho e UniverCidade, retirados à força quando tentam se fixar em frente ao Ministério da Educação.



Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU), Alberto de Faria é contrário aos eventos no gramado da Esplanada. Para ele, faltam regras claras sobre a ocupação dos espaços na região. ;Eventos comerciais, esportivos, religiosos ou mesmo aqueles patrocinados pelo Estado, quando muito próximos ao Congresso, devem ser evitados, pois a monumentalidade daquela região deve ser preservada;, defende. No entendimento de Faria, porém, manifestações sociais deveriam ser liberadas. ;O espaço urbano de Brasília é segregador desde sua concepção, por isso, limitar passeatas, acampamentos ou outras manifestações no local é ruim para a cidade e para a reunião popular democrática;, defende.

Defesa dos animais

Os mais recentes moradores da Esplanada são ativistas de direitos dos animais. Eles montaram um acampamento no gramado central, em frente ao Congresso Nacional. Defensores da causa vieram de vários estados para pressionar parlamentares a votar projetos de lei que ampliam a proteção aos bichos e endurecem a punição a autores de maus-tratos. Pelo menos 100 barracas e 300 pessoas prometem ficar no local até hoje. Mas a Administração de Brasília endureceu com os manifestantes que chegaram na noite do último domingo e pediu a retirada de todos, argumentando que eles mão têm autorização do órgão para o ato.

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