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'Ele pegava dinheiro da minha carteira', diz mãe de dependente químico

O Correio conta a história de Silvana, que enfrenta a dependência química do filho caçula. O rapaz, de 20 anos, já vendeu quase tudo em casa para comprar crack e chegou a ser baleado por criminosos. Hoje, está internado

Quando um dos quatro filhos de Silvana*, 48 anos, foi diagnosticado com câncer, ela teve que encontrar forças para mostrar serenidade e acompanhar o tratamento. Apesar do medo de perdê-lo, enfrentou a rotina pesada em hospitais e as penosas sessões de quimioterapia, sempre com um sorriso no rosto. Refeita do susto, viu o mundo desabar novamente ao descobrir que o caçula, então com 17 anos, era usuário de drogas. ;Naquela época, não sabia nada sobre esse problema, não entendia o que era a dependência química. Achei que, se ele fosse para uma clínica, sairia de lá curado;, conta.


Com essa ideia, a dona de casa conversou com os filhos e o marido. Eles chegaram à conclusão de que o melhor era mesmo uma internação. Envergonhado, Eduardo* não teve coragem de confessar que estava fumando crack. Disse que o problema era a maconha. Foi somente quando chegaram à clínica que souberam do verdadeiro vício do garoto. Depois de três meses, ele implorou para deixar o local. Com pena, a mãe autorizou a interrupção do tratamento, inicialmente programado para durar seis meses.

[SAIBAMAIS]Uma semana mais tarde, o jovem teve uma forte recaída e voltou para a pedra. ;Paramos de dar dinheiro para ele e tomamos a chave de casa. Aí, o Eduardo começou a levar as nossas coisas. Primeiro, foram as semijoias, relógios, pulseiras. Às vezes, pegava dinheiro dos irmãos ou da minha carteira.;


Em pouco tempo, o adolescente carinhoso e caseiro mostrou para a mãe que não era mais o mesmo. A mulher de voz mansa e olhos azuis se lembra, até hoje, do que sentiu na primeira noite em que o filho passou nas ruas de Sobradinho 2, cidade onde a família mora. ;Fiquei desesperada sem saber onde procurá-lo ou o que fazer. Quando ele chegou, parecia um mendigo, todo sujo e com chinelos velhos. Não me esqueço daquela cena;, diz, com lágrimas nos olhos.

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