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Diarista enfrenta desafios para arcar com tratamento de filha viciada

Diarista enfrenta o vício da filha há três anos. Com dificuldades financeiras, Oscarina Rodrigues arca com o tratamento e cria dois netos. No auge do desespero, ela confessa ter comprado crack para a jovem

postado em 26/02/2014 06:03

Oscarina reza para que um dia a filha deixe a dependência química:

Café, cigarros, antidepressivos e calmantes. Esse é o combustível de Oscarina Alves Coelho Rodrigues, 52 anos, para aguentar o pesadelo em que se transformou a vida dela desde que a filha mais nova passou a fumar crack, há cerca de três anos. ;Por onde eu ando, as pessoas perguntam: ;Por que esse olhar tão triste?;;, diz. Com dívidas, uma parcela mensal de R$ 1,5 mil para manter Karine Rodrigues, 23, em uma clínica de desintoxicação e dois netos para criar, a dona de casa é o retrato da dor.

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[SAIBAMAIS] Carina, como é chamada pelos amigos, pede a Deus todos os dias que a filha consiga ficar longe da droga. Ela perdeu as contas de quantas vezes vestiu-se de mendiga, com roupas velhas e chinelos sujos, e andou pelas ruas de Ceilândia, cidade onde mora, em busca da jovem. Viúva, viu a pensão deixada pelo marido ser consumida por empréstimos para pagar os tratamentos da filha, que, há dois anos, está internada em Cristalina (GO). O aperto financeiro obrigou a mulher a trabalhar como faxineira para garantir a alimentação. ;As crianças pedem leite, biscoito. Preciso ainda comprar fralda, material escolar, remédios;, explica.

Enquanto três filhos de Karine vivem com os respectivos pais, dois moram com Carina em uma casa no P Sul. A mais nova, de apenas 2 anos, nasceu prematura e acabou abandonada pela mãe em uma clínica de recuperação em Goiás para onde foram encaminhadas 15 dias depois de as duas deixarem o Hospital Materno Infantil. ;Quando recebi a notícia, saí apavorada para buscar a menina. Só tinha o dinheiro da ida, mas não podia deixar a neném lá;, justifica a avó.

Espera no portão
Sem qualquer informação sobre o paradeiro da filha por mais de um mês, Carina se lembra das muitas noites insones. ;Ficava no portão, chorando e rezando para que ela voltasse.; Quando apareceu, a jovem prometeu melhorar, cuidar da recém-nascida e largar o crack. Depois de implorar por ajuda, a mãe conseguiu interná-la de graça em uma comunidade terapêutica em Santa Maria. Em menos de três meses, fugiu duas vezes e acabou expulsa do local.

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