Cidades

Cinco anos depois, mãe conta como superar a dor após matar filho viciado

Em meio a uma violenta discussão e ao desespero, Flávia Costa atirou em Tobias. E acabou absolvida pela Justiça

postado em 28/02/2014 06:02
Domingo de Páscoa, 12 de abril de 2009. A data festiva, comemorada com um churrasco na casa de Flávia Costa Hahn, 65 anos, não traz boas lembranças. Foi nesse dia que a aposentada viu a vida ruir quando, em um momento de desespero, acabou baleando o único filho. Viciado em crack, Tobias Lee Manfred Hahn, 25, morreu na hora. Mesmo diante da tragédia, ela aprendeu a lidar com a dor e segue a vida. ;O ser humano é mais forte do que a gente imagina. Separei o passado do presente, pois creio que tenho ainda alguma tarefa aqui na Terra;, diz a mulher, que ainda mora no imóvel onde aconteceu o assassinato, em um bairro nobre de Porto Alegre.



[SAIBAMAIS] Na noite do crime, a então representante comercial dormiu na Penitenciária Feminina Madre Pelletier. Deixou o presídio na tarde do dia seguinte para enterrar o filho. Respondeu ao processo sobre a morte de Tobias em liberdade, mas nunca mais foi mesma. Em dezembro de 2010, a Justiça absolveu Flávia da acusação de homicídio doloso (com intenção de matar). De acordo com a sentença, ;ficou demonstrado que o filho, em função de episódios com o crack, tinha atitudes extremamente violentas com ela e com os vizinhos. Além disso, na data do fato, agiu agressivamente contra a mãe. A única maneira que Flávia tinha para se defender, em função da disparidade de forças, era, infelizmente, ter matado o filho. Inclusive, foi um tiro só, o que demonstra atitude defensiva dela.;

Quase cinco anos depois, ela diz que vive um dia de cada vez. ;O amanhã não me interessa mais. Penso em Tobias todos os dias. Ele me faz muita falta.; Aposentada desde a tragédia, Flávia tem um rotina tranquila, que não lembra em nada o terror do passado. Apesar de não ter certeza de quando o filho passou a usar drogas, ela suspeita de que o problema começou quando o jovem tinha 15 anos. ;Os pais são os últimos a saber. Percebi quando ele não queria levantar para ir ao colégio e estava sempre cansado, resultado da maconha. Depois, passou para a cocaína e mais tarde para o crack;, conta.

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