postado em 09/03/2014 07:55

A força com que eles lutam pela vida é inversamente proporcional ao tamanho e ao peso com que vieram ao mundo. Com gestação de 28 semanas e menos de 1kg registrado na balança, os prematuros extremos desafiam, dia a dia, a sensibilidade de um sistema imunológico ainda não formado. No leito de uma unidade de terapia intensiva neonatal, os pequenos amadurecem os pulmões, que não estavam preparados para o parto antes dos nove meses. Do outro lado da encubadora, a família assiste ao esforço e, frequentemente, às intercorrências que atravessam o caminho dos pequenos guerreiros. O encurtamento do processo de desenvolvimento dos fetos se dá, em geral, por razões ligadas ao organismo materno e, para evitá-las, o acompanhamento pré-natal é imprescindível.
Durante os 86 dias em que Miguel Hermann Robales, 1 ano e 1 mês, viveu na UTI neonatal, a alegria de Maristela Hermann, 38 anos, era quando as gotículas de água no vidro da encubadora ; umidificada para proteger a pele do bebê ; escorriam. ;Ficava do lado dele esperando esse momento, pois não podia pegá-lo no colo para evitar expô-lo a alguma bactéria;, lembra. A prematuridade decorreu de uma condição não descoberta durante o pré-natal do útero da mãe.
O calor do corpinho de Miguel, com 1,080Kg e 35cm, Maristela só sentiu com 72 dias de internação. ;Foi a sensação mais maravilhosa do mundo. Era como se ele tivesse nascido naquele momento;, conta. Em casa, uma miniclínica foi montada para assisti-lo. O garoto tem uma rotina de tratamento apertada. São aulas de estimulação precoce para reverter a lesão cerebral, que afeta seus movimentos do lado direito, fisioterapia e consultas. Como teve retinopatia (lesões na retina), o pequeno também faz acompanhamento com oftalmologista. Nos últimos dias, ele recebeu alta do cardiologista, que afastou o risco de sequelas no coração.
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