Há quatro anos, o país acompanhou o drama de sete mulheres que tiveram os filhos executados por um assassino em série. À época, a saga das mães de Luziânia, como ficaram conhecidas, mobilizou autoridades do Distrito Federal e de Goiás (leia Memória). Também era ano de campanha eleitoral, e políticos fizeram discursos defendendo indenização às famílias. Outros organizaram homenagens com flores e salgadinhos. Alguns as chamaram para participarem de comícios ; elas recusaram. A Comissão de Direitos Humanos do Senado chegou a promover uma sessão para discutir medidas a fim de evitar episódios semelhantes. De tudo o que foi dito à época, nada foi levado adiante.
Sônia, Marisa, Valdirene, Sirlene, Aldenira, Benilde e Maria Lúcia enterraram os jovens lado a lado, no cemitério da cidade distante 66km de Brasília. O acusado, o pedreiro Adimar Jesus Santos, 40 anos, havia se matado em uma cela, em Goiânia. O tempo passou, o pleito de 2010 elegeu seus representantes e as sete mães se viram abandonadas. Além da dor eterna causada pela ausência dos filhos, agora elas alimentam um sentimento de revolta contra a classe política, a qual elas classificam de ;aproveitadora;.
Longe dos holofotes, as mulheres preparam os últimos detalhes para mover uma ação contra o governo do Distrito Federal e o de Goiás. ;Processaremos o GDF porque o maníaco foi beneficiado com a progressão de pena mesmo com laudos indicando que ele deveria receber tratamento. Já Goiás deve explicações por conduzir as investigações de forma amadora desde o início, além de ter permitido que o Adimar se matasse na cadeia, acabando com a possibilidade de conhecermos novas informações sobre a série de mortes;, sustentou o advogado do grupo, Luciano Braz.
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