Jornal Correio Braziliense

Cidades

Universidade de Brasília deve reduzir cota exclusiva para negros

Professor que idealizou o modelo afirma que a ideia não é acabar com o sistema

O futuro das cotas para negros na Universidade de Brasília (UnB) será debatido ao longo dos próximos dias. Após uma década de implantação, há uma forte tendência de que o percentual de reserva de vagas caia de 20% para 5%. Essa foi a proposta apresentada pela comissão responsável por avaliar o sistema e que recebe o apoio da maioria dos institutos e faculdades representados na última reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), na quinta-feira. A deliberação do conselho sobre o tema foi adiada a pedido dos estudantes, e um novo encontro foi marcado para 3 de abril.



;O fato de a UnB ter liderado esse processo 10 anos atrás foi muito positivo, assim como a minha experiência com estudantes negros no Departamento de Engenharia Elétrica. A mudança no perfil da universidade é nítida;, destaca o reitor, que reforça a importância da participação da comunidade externa na discussão. Está marcada para a próxima sexta-feira, às 12h, em local a ser definido, uma audiência pública para apresentar o balanço sobre a primeira década da ação afirmativa.

O professor de antropologia da UnB e coordenador do Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa do CNPq José Jorge Carvalho, idealizador do modelo de cotas da UnB, afirma que a ideia não é acabar com o sistema. ;A proposta é que continuem as cotas, complementando a lei federal. Podemos até propor que os 20% sejam mantidos, mas acho difícil que seja aprovada uma porcentagem tão alta. Queremos manter 5% para compensar exclusões e retrocessos, como o de que só pode concorrer a uma vaga, segundo a lei, quem tiver estudado em escola pública;, explica.

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