A corrida por um transplante pode levar meses e até anos, não fossem atos supremos de amor e de altruísmo manifestados por parentes ou cônjuges de quem está entre a vida e a morte. Enquanto parte dos receptores espera por órgãos de doadores falecidos, mais uma esperança de cura nasce para pacientes compatíveis com doadores vivos cujos laços consanguíneos não ultrapassem o segundo grau. Menos comum, as modalidades de transplantes intervivos são ainda mais restritas. Nesses casos, somente enxertos de pulmão, fígado, rim e medula óssea entram para a lista de órgãos e tecidos aptos a serem retirados de pessoas sadias para, em seguida, serem introduzidos em um novo corpo. A capital brasileira tem apenas o credenciamento para transplantes renais. Este ano, foram feitas quatro cirurgias do tipo no Distrito Federal, até a última sexta-feira.
O ano passado fechou com 16 intervenções. Uma delas ocorreu com a aposentada Mônica Barbosa, 45 anos. Ela precisou passar por dias de dor para voltar a fazer algo cotidiano: urinar. ;Foi uma delícia;, descreveu ela, ao lembrar da primeira vez que fez xixi, ainda no hospital, mais de um mês após ganhar um dos rins do irmão, o servidor público Fábio Barbosa, 49 anos, no ano passado. ;Eu renasci em 17 de outubro de 2013, dia em que fui operada;, frisa Mônica. ;Como foi bom vê-la aliviada de novo;, comemorou Fábio, que não aguentava mais assistir à angústia vivida pela irmã. ;Falei para ele que entraria para a fila de transplantes. Mas Fábio disse, seriamente, que doaria um dos rins dele para mim. Na hora, fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, porque sabia que a cirurgia era de risco tanto para mim quanto para ele;, conta.
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