Jornal Correio Braziliense

Cidades

Parentes da menina assassinada pelo ex-namorado querem mudança na lei

Eles vão acampar em frente ao Planalto com o intuito de serem recebidos pela presidente Dilma

A mãe perdeu as contas dos dias da semana. O pai, os dias de trabalho no canteiro de obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília. Desde que a filha saiu da Quadra 29, no Novo Gama (GO), para nunca mais voltar, o sentimento que paira na casa de portão vermelho do Condomínio América do Sul é um só: dor. Yoarrally Ferreira tinha apenas 14 anos quando foi assassinada pelo ex-namorado com um tiro no rosto, à queima roupa. Era a filha única do carpinteiro Joselito Ferreira, 43 anos. Um bibelô para Rosemari Dias da Silva, 34 anos. Dos nove filhos da dona de casa, só a menina morava com a mãe.

A data grafada na certidão de óbito foi premeditada pelo assassino. Yorrally deveria morrer no domingo, 9 de março, dois dias antes do aniversário de 18 anos daquele que apertou o gatilho. E assim aconteceu. Caso contrário, os três anos de cumprimento de medidas socioeducativas poderiam virar 30 anos atrás das grades de uma penitenciária para adultos. Quando foi detido por agentes da 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria), ele ainda era adolescente aos olhos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Cento e vinte minutos os separaram da maioridade. Depois do crime, o autor ainda postou na internet fotos da ex-namorada morta. Também fez questão de mostrar a amigos o vídeo da execução.


As circunstâncias do trágico episódio reacenderam o debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil. O coro de descontentes ganhou as vozes de dona Rosemari e de seu Joselito. Antes da morte da filha, o casal pouco pensava sobre o assunto. Agora, pretendem não só pensar, mas marchar pela causa. Vão acampar no gramado dos três poderes, em frente ao Palácio do Planalto, a partir das 9h desta terça-feira. De lá, prometem não sair até serem recebidos pela presidente Dilma Rousseff. ;Ela também é mãe. Vai me entender. Vou levar a minha caneta para ela assinar essa mudança;, avisa Rosemari

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Assista à reportagem da TV Brasília


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