As próximas duas semanas serão decisivas para a definição do percentual de cotas destinadas exclusivamente a negros na Universidade de Brasília (UnB). O percentual de 20% implementado no Plano de Metas e Integração Étnico e Racial da instituição tem futuro nebuloso. Pode ser mantido, reduzido ou finalizado. No próximo dia 3, a questão será votada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UnB. Na última quinta-feira, em reunião do Cepe, a Comissão de Avaliação do Sistema de Cotas sugeriu a manutenção de, pelo menos, 5% da reserva de vagas.
Uma das justificativas do grupo se ampara nas ;exclusões; e nos ;retrocessos; contidos na Lei Federal n; 12.711, de 2012, adotada na UnB no ano passado. Ela garante a reserva de 50% das vagas de instituições públicas de ensino para estudantes de escolas públicas, bem como para negros, pardos, indígenas e candidatos de baixa renda. Esse percentual deve ser incorporado gradativamente até 2016. ;A lei do governo prevê uma subcota racial. Condiciona a competição à renda e ao tipo de ensino. Já o modelo da UnB é pleno e totalmente inclusivo. Por isso, mesmo cumprindo a legislação federal, buscamos também manter alguma porcentagem exclusiva aos negros;, argumentou o idealizador das cotas na UnB, José Jorge Carvalho, professor de antropologia e coordenador do Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa do CNPq.
Para o professor de sociologia das relações raciais da UnB Joaze Bernardino Costa, abrir mão da manutenção de um mínimo de 5% significa a perda do protagonismo da instituição nesse cenário. ;O que estamos discutindo é justamente a conciliação da lei do governo e das normas autônomas da universidade;, argumentou. ;Estamos no momento do xeque-mate. Melhor seria se conseguíssemos mais;, opina.
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