Cidades

Atrasado na crise nos ônibus do Entorno, Perillo não fala em investimentos

Atrás de dinheiro do PAC, governador propõe que a gestão das linhas entre as cidades goianas e do DF seja compartilhada pelas duas unidades da Federação e pela União. Porém, ele não fala em investimentos do estado na região

Renato Alves
postado em 20/03/2014 06:04

Protesto em Valparaíso, na segunda-feira: Marconi Perillo decidiu apresentar um plano de gerenciamento, mas sem oferecer contrapartida

O governador goiano Marconi Perillo (PSDB) apresentou ontem um modelo de gerenciamento para o transporte público no Entorno. O projeto sugere um consórcio entre Goiás, o Distrito Federal e a União. Um documento detalhando a proposta foi entregue ao diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, e ao ministro dos Transportes, César Borges. Ambos prometeram dar uma resposta em breve, sem falar em prazo. No entanto, essa é a terceira vez que Perillo tenta assumir o controle do serviço sob responsabilidade da ANTT. As outras duas também aconteceram em ano eleitoral e não passaram de promessas.

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[SAIBAMAIS] Ontem, o governador tucano não apresentou nenhum plano de investimento na malha viária sob a sua reponsabilidade no Entorno nem em outros serviços e comodidades para os passageiros que moram nos municípios goianos limítrofes do DF. O encontro entre as autoridades aconteceu à tarde, em Brasília. Em entrevista ao Correio, Perillo afirmou que a única solução para os problemas enfrentados pelos moradores dos municípios goianos localizados ao redor da capital federal é a criação do consórcio. ;As deficiências do transporte no Entorno foram um tema que ganhou contornos explosivos nos últimos dias;, ressaltou ele, referindo-se às manifestações violentas de segunda-feira, quando passageiros insatisfeitos fecharam a BR-040, em Valparaíso e em Santa Maria, quebrando e incendiando ônibus.

Uma reunião hoje à tarde na ANTT vai voltar a discutir o transporte de passageiros no Entorno do DF. Além da presença de representantes da agência, está confirmada a participação do GDF e do Governo de Goiás, além da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (Amab). A criação do consórcio será um dos principais assuntos do debate. Mas, para sair do papel, ele tem muitos obstáculos. Para se ter ideia da complexidade do tema, a proposta de lei precisa ser aprovada por câmaras municipais, pela Câmara Legislativa do DF, pela Assembleia Legislativa de Goiás e pela Câmara dos Deputados.

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