Cidades

Quadra 500 do Sudoeste voltará a ser discutida na próxima semana

Se depender da Justiça, não há obstáculos à construção de unidades residenciais em área, hoje, ocupada por um parque ecológico

postado em 21/03/2014 09:14
Parque Ecológico das Sucupiras: a última reserva de cerrado está ameaçada pela possibilidade de criação da Quadra 500
Cada vez que se fala em tirar do papel a Quadra 500 do Sudoeste, renovam-se os argumentos de defensores e opositores do empreendimento. Leis e decretos sobre a zona tombada de Brasília são imprecisos ou conflitantes quanto à possibilidade de construir prédios na área onde hoje existem dois parques e os últimos traços de cerrado no Eixo Monumental. Se previsões para a Quadra 500 estarão no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) votado pelo Conplan, a resposta só será dada na próxima terça-feira, quando o colegiado volta a debater o PPCub. Ainda assim, mesmo que o documento inclua a implementação da quadra, somente a Justiça determinará se a 500 existirá.



A quadra está registrada desde 1989. No ano passado, em meio às discussões acaloradas sobre o projeto de lei do PPCub que poderia ser votado na Câmara Legislativa, o governador Agnelo Queiroz (PT) determinou a retirada de pontos polêmicos do texto, como a previsão de construção de prédios de 45 andares na 901 Norte e a implementação da Quadra 500. Embora não seja diretamente mencionado no documento votado recentemente pelo Conplan, é possível que o assunto conste das planilhas que estão sendo avaliadas pela câmara técnica do colegiado.

Os 140 mil m; hoje abrigam o Parque Ecológico das Sucupiras. Fernando Lopes, presidente da associação que leva o nome do parque, afirma que a implantação da quadra fere a concepção do bairro idealizada pelo urbanista Lucio Costa no documento Brasília Revisitada, de 1987, no qual o criador do Plano Piloto pediu respeito as quatro escalas utilizadas na concepção da cidade. ;O impacto não vai apenas destruir o que restou de cerrado original no Eixo, mas vai ferir o tombamento e saturar uma região já densamente ocupada. No local, defendemos a edificação de um memorial do cerrado, com potencial educativo e turístico, e não que a região seja submetida à especulação imobiliária;, criticou.

De acordo com Rejane Jung, diretora de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedhab), a legislação do tombamento considera toda a área acima do Parque da Cidade como uma zona residencial de apoio, portanto, o terreno em questão estaria incluído nisso. Por enquanto, o grupo ainda não examinou as planilhas referentes ao Sudoeste e à Quadra 500. ;O PPCub não cria nada. Ele só dá parâmetros para implantar, mas isso ainda está sendo revisto. Construir, ou não, na área, hoje, depende exclusivamente de uma decisão judicial;, afirmou.

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