Yanka Carolina, 17 anos, quer ser agricultora desde os 11. Aprendeu a plantar quando criança, mas não sabia direito como se formava o adubo, tampouco conhecia particularidades do cerrado. Achava a minhoca um ;bicho asqueroso; e pensava que baru era um xingamento. Com a trilha de educação ambiental promovida pelo projeto Semeando o bioma cerrado, a Associação dos Amigos da Floresta e a Escola da Natureza, ela aprendeu um pouco sobre a fauna e a flora de onde vive.
O programa, feito pela Rede de Sementes do Cerrado e patrocinado pela Petrobras, visa promover o desenvolvimento sustentável da vegetação nativa do Planalto Central. Além de Brasília, estão incluídos os municípios goianos de Ipameri, Alto Paraíso, Cavalcante, Barro Alto, Pirenópolis e Goiânia, e Sinop, em Mato Grosso. Isso implica demarcar 60 áreas de 10 hectares cada como espaço de preservação, catalogar 3,6 mil árvores daqui, capacitar 635 pessoas diretamente e 2.480, indiretamente.
É, aí, onde entra Yanka. A moradora de Valparaíso (GO) está entre os 60 alunos da Promoção Educativa do Menor (Proem), programa para estudantes com dificuldade de aprendizado e problemas disciplinares, que participaram de oficinas nas quais a importância do cerrado foi debatida. ;Aprendi a importância do adubo;, resumiu a garota, que integra a instituição há três meses por ;não fugir da briga;, como ela define, entre risos.
As meninas e os meninos do Proem têm dificuldade de se adaptar em colégios tradicionais. Indisciplinados, não conseguem se concentrar nas atividades curriculares. Mas sonham. Não há um que não tenha uma resposta para a pergunta ;o que você quer ser quando crescer?;. O garoto Francisco Maciel, 16 anos, é bom de forró e de rap, e pensa em ser cantor. Seu amigo e colega de classe Bryan Martins, 14, diz ser um atacante de primeira :;Faço gol de letra, de calcanhar, de tudo;, garante ; apesar dos protestos de Francisco (;Mentiroso!”) ; e se imagina todos os dias como artilheiro do time de coração, o Flamengo.
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