postado em 25/03/2014 14:27
O caso Cláudia Ferreira foi repercutido em todo o Brasil pela barbárie contra a população. Em Brasília, um grupo de mulheres negras organiza o protesto "Somos todas Cláudias", ato em repúdio ao racismo e à violência racial. Cláudia foi , no Rio de Janeiro.Para a organizadora do evento, Cris Pereira, a morte de Cláudia tem um elemento racial muito forte. "O caso chocou a todos, brancos e negros, estudantes e trabalhadores. Brasília não tinha uma manifestação nesse sentido na luta contra a violência da população", afirmou.
[SAIBAMAIS]A concentração da manifestação será às 17h desta terça-feira (25/3) na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic, no Setor de Diversão Sul. De lá, as mais de 800 pessoas que confirmaram presença no evento vão fazer uma passeata até a Rodoviária do Plano Piloto.
Na página do evento no Facebook, os moradores são convidados a lutar contra a injustiça com os negros. "O racismo viola a humanidade das pessoas negras no Brasil e autoriza que sejamos assassinados diariamente. O racismo justifica a indiferença perante as nossas dores e os nossos gritos por cidadania", diz a publicação.
No percurso, de cerca de 500 metros, os manifestantes farão um corredor com fotos de Cláudia para mobilizar a população que passa pelo local, de acordo como uma das participantes do ato, Uila Gabriela. Na terminal de ônibus haverá uma intervenção política e artística com artistas da cidade que apoiam o movimento. Ellen Oléria, GOG e o grupo Adora Roda confirmaram presença.
Segundo a organização, não se trata somente de uma ação simbólica. Haverá a distribuição de um manifesto escrito e laços de luto pela memória de Cláudia e muitas outras vítimas fatais do racismo no Brasil. A intenção é alertar práticas racistas cotidianas que ocorrem na sociedade.
"Reivindicamos para que nossos corpos, tanto de homens quanto mulheres, não sejam vítimas da violência, como o de Cláudia, que só foi mais um exemplo de racismo", disse Uila.
Entenda
A auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira morreu no dia 16 de março depois de levar dois tiros de fuzil durante uma operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, Zona Norte do Rio. Segundo testemunhas, ela ainda estava viva quando foi socorrida por policiais militares e levada ao hospital. No trajeto, o porta-malas do camburão se abriu e Cláudia, pendurada pela roupa, foi arrastada no asfalto por, pelo menos, 350 metros.
Os três PMs que socorreram a mulher chegaram a ficar presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Presídio de Bangu 8, mas, no último domingo (23/3), foram quanto à autoria dos disparos que atingiram Cláudia. Eles alegam que colocaram a auxiliar de limpeza no porta-malas pela impossibilidade de abrir a porta lateral do carro, que estaria cercado por moradores revoltados.
O crime provocou manifestações indignadas de entidades da sociedade civil e de autoridades. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, classificou a conduta dos PMs de "repugnante e desumana". A presidente Dilma Rousseff postou me uma rede social que "".