Cidades

Endereços residenciais não tombados de Brasília são usados como comércio

Empresário usam endereços residenciais não tombados, como o Lago Sul, para o estabelecimento de serviços, entre os quais academia e centro de estética. Associação comercial diz serem demandas da comunidade, mas moradores reclamam de descaracterização da área

postado em 03/04/2014 06:00
Academia funciona na QI 5 desde 1997 e atende cerca de 600 alunos:
Os empresários de Brasília estão de olho nas áreas residenciais do DF não tombadas para montar negócios. No Setor de Habitações Individuais Sul (SHIS), no Lago Sul, existem estabelecimentos comerciais que funcionam há anos em casas. É o caso de uma academia e um centro de saúde e estética. Há também escritórios de advocacia, que, de acordo com a legislação, não exercem função comercial. A tendência é percebida em outras cidades do país, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Entre as vantagens, os proprietários destacam a facilidade de acesso, a tranquilidade do local, o espaço para estacionamento e, inclusive, uma clientela fiel. No entanto, a ocupação da área ainda é questionada por moradores.

;O Lago Sul é uma cidade viva. Com o crescimento, ganhou algumas necessidades, e as empresas que aqui se instalaram e permaneceram vieram supri-las. Também vieram com a exigência de não gerar transtorno à comunidade;, afirma Márcio Brum, presidente da Associação Comercial e de Empreendedores do Lago Sul (Acel). A entidade reúne tanto estabelecimentos em prédios comerciais como aqueles localizados em área residencial. São aproximadamente 20 empresas, de acordo com o presidente. Desde 2013, no entanto, a Administração do Lago Sul não libera licenças de funcionamento para comércios no SHIS.



Proprietário de uma academia de ginástica, Flávio Haddad, 47 anos, adota a política da boa vizinhança para manter o negócio e não incomodar os vizinhos. ;Procuramos respeitar e, de maneira alguma, perturbar a vizinhança. Nosso objetivo é oferecer um atendimento personalizado e de qualidade para toda a comunidade;, explica. Em 1997, ele alugou um terreno com um pouco mais de 200m;, ao lado de uma escola, e transformou o matagal predominante em uma academia. Eles atendem cerca de 600 alunos. Em sua maioria, moradores do Lago com idade acima de 50 anos.

O Instituto de Medicina e Psicologia Integradas (Impi), da psicóloga Francisca Sampaio Leão, 61 anos, também funciona em uma chácara no Lago Sul há 17 anos. O local tranquilo, amplo e com área verde é ideal para um instituto de controle do estresse. ;Até chegamos a comprar uma parte em um edifício, mas, para funcionar de acordo com nosso planejamento inicial, o espaço não permitia;, conta. Até 2009, os proprietários do instituto precisavam renovar o alvará de funcionamento e, para tal, além da documentação, necessitavam do consentimento dos vizinhos. Atualmente, possuem licença por tempo indeterminado. ;É importante destacar que não incomodamos ninguém, nem nunca tivemos reclamações;, ressalta.

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