postado em 03/04/2014 06:00
Nos últimos 10 anos, a Universidade de Brasília (UnB) mudou o perfi. Desde 2004, quando o sistema de cotas ; pioneiro no país ; começou a ser aplicado na instituição, 4.473 cotistas se formaram. Em 2013, 23% dos universitários eram negros. Uma realidade diferente da encontrada em 2000, quando representavam apenas 8%. Às 14h30 de hoje, o sistema passará pela reavaliação dos cerca de 60 integrantes do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Eles podem optar por extinguir esse modelo ou reduzir o percentual de reserva de 20% para 5%.
[SAIBAMAIS]Durante meses, a Comissão de Avaliação do Sistema de Cotas da UnB debateu o tema até a conclusão de um relatório com propostas para as mudanças, apresentado em fevereiro. A reavaliação do sistema após a primeira década de implantação estava prevista no projeto original e ganhou força com a sanção da Lei n; 12.711, em agosto de 2012. A legislação ficou conhecida como lei das cotas sociais e prevê vagas para estudantes de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e de baixa renda. Começou em 2013, com 12,5% das oportunidades destinadas a esse público, e aumentou para 28% neste ano. Até 2016, serão 50%. Caso o modelo atual de 20% para negros seja mantido, a disputa por uma vaga na única universidade pública de Brasília terá 70% dos postos voltados a algum tipo de cota.
Apesar de o recorte da Lei n; 12.711 incluir os negros, não contempla quem estudou em escola particular, por exemplo. Por isso, a intenção de manter, pelo menos 5% do modelo instituído pela instituição. ;As histórias de preconceito pelo país não param. Não é por questão de classe social, é o fenótipo. A UnB não pode retroceder;, ressalta o professor de antropologia da UnB e coordenador do Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa do CNPq, José Jorge Carvalho.
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