Cidades

Greve de metroviários causa tumulto e atrasos em estações de trem

Quem quis evitar problemas teve de se programar para sair bem mais cedo de casa

Ailim Cabral
postado em 04/04/2014 09:19

Estação Praça do Relógio: vagões chegam e vão embora lotados , sem que passageiros consigam embarcar
Esperas prolongadas nas estações, trens lotados e atrasos para chegar ao trabalho: esse é o cenário enfrentado por quem precisa pegar o metrô nesta sexta-feira (4/4). A falta de trens é consequência da greve dos metroviários, iniciada hoje. Dez estações estão fechadas para embarque.

[SAIBAMAIS]Sem conseguir sair da estação da Praça do Relógio, a promotora de vendas Stella Cabral, 29 anos, conta que está com medo de ser demitida do trabalho por estar atrasada. "Eu estou gravando um vídeo para mandar para meu chefe para ele acreditar em mim". Stella chegou à estação às 8h30 e até 9h ainda não havia conseguido embarcar em nenhum trem.



Quem soube da greve com antecedência optou por sair de casa mais cedo para não chegar atrasado ao trabalho. Esse é o caso de Stephanie Costa. A leitora do Correio mandou um tweet relatando o que passou durante o trajeto: "Peguei o metrô às 7h30 e cheguei ao Plano Piloto às 8h25. Era para eu levar no máximo 30 minutos para chegar no meu destino", reclama a passageira.

Muitos passageiros que conseguem embarcar nos poucos trens em circulação ficam espremidos nas portas. Outros passageiros nem conseguem embarcar, porque quando os vagões chegam às estações, já estão lotados.

Reivindicações
Os metroviárioss que aderiram à greve nesta manhã reclamam da falta de negociação com o Governo do DF (GDF) por melhorias para a categoria. Entre as reivindicações estão correção das distorções salariais do Plano de Carreira; redução de jornada para 6 horas; reajuste salarial de 10%; plano de previdência complementar; aumento da quebra de Caixa da bilheteria, entre outros.

A paralisação terá tempo indefinido. De acordo com o Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF), a categoria vai manter 30% do efetivo trabalhando.

Em nota, o Governo do DIstrito Federal (GDF), informou que "o atual Acordo Coletivo de Trabalho vem sendo cumprido integralmente e tem vigência até 31/03/2015. O governo também informou que a categoria recebeu um aumento médio de 96%, que inclui o novo Plano Cargos e Salários (PCS), implantado em 01/07/2013. Veja abaixo, nota na íntegra. Confira íntegra da nota publicada hoje:

Nota oficial

Diante da possibilidade de graves prejuízos à população com a greve anunciada pelo Sindicato dos Metroviários - SindMetrô para hoje, o governo esclarece:

O atual Acordo COletivo de Trabalho vem sendo cumprido integralmente e tem vigência até 31/03/2015. Além disso, a categoria obteve um aumento médio de 96%, que inclui o novo Plano de Cargos e Salários (PCS), implantado em 01/07/2013. Ou seja, no ano passado o salário da categoria foi praticamente dobrado e o Plano de Cargos implantado. Portanto, sob a perspectiva do governo, não há razão justificável para a realização de greve neste momento.

Desde janeiro de 2014, o Metrô-DF mantém reuniões semanais com o Sindicato e representantes da categoria para rever o acordo em vigência. Para tanto, o GDF apresentou a seguinte contraproposta:


1. Reajuste do salário e dos benefícios, corridgidos pelo IMPC;

2. Gratificação de titulação, variando de 10 a 30% sobre o salário base, atendendo cerca de 182 empregados;
3. Aumento da gratificação adicional de quebra de caixa de 70 para 100 bilhetes, já em vigência;
4. Implantação da Previdência Complementar até o dia 31/03/2015;

Em caso de greve, o GDF vai retirar essas condições.

A administração do Metrô-DF, neste governo, sempre primou pelo diálogo, tanto que houve conquistas históricas no ano de 2013, com ganhos reais e inéditos para os empregados do Metrô-DF.

Esta greve, portanto, não procede e a classe deve considerar o cumprimento do acordo estabelecido entre as partes, para garantir o direito fundamental da população ao serviço de transporte público.

O GDF reafirma o compromisso de proporcionar o melhor atendiemento à população, avançar nas melhorias dos serviços de transporte público, na capacitação e valorização dos seus empregados metroviários.

E para o 1,2 milhão de pessoas que poderão ser afetadas indiretamente e aos 160 mil usuários diários e suas famílias, que utilizam o metrô, este governo tomará as medidas operacionais e jurídicas necessárias para arantir a mobilidade.

Assista à reportagem da TV Brasília

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