postado em 12/04/2014 08:00
Como 21 dos 24 distritais disputarão algum cargo este ano, os interesses eleitorais explicam o baixo comparecimento dos deputados distritais em plenário até o fim de março deste ano. Até então, de 22 sessões ordinárias ; aquelas nas quais devem ocorrer deliberações de projetos de leis ;, houve presença suficiente para votações em apenas duas. Os parlamentares só voltaram a marcar presença nas sessões depois da repercussão da decisão tomada, em 1; de abril, de concentrar as votações apenas às terças-feiras. A oficialização da gazeta, liberando os deputados para fazer campanha nos demais dias da semana, levou a uma mobilização social, a população passou a se manifestar nas redes sociais por meio da hashtag #vaitrabalhardeputado. Pressionados e contrariados, os distritais fizeram o que não tinham realizado ainda em 2014: votaram por três sessões seguidas.
O início de ano foi o mais fraco da atual legislatura. Nos dois primeiros meses de atividades (fevereiro e março), foram 53 proposições aprovadas contra 72 em 2013, 110 em 2012 e 93 em 2014. Por outro lado, os deputados tiveram um reajuste de 10% nos recursos disponíveis para contratar pessoal, a chamada verba de gabinete, que hoje passa de R$ 170 mil. Os 24 distritais podem custar mais de R$ 62 milhões este ano apenas em benefícios diretos.
Os apelos para o comparecimento ao plenário foram feitos mais de uma vez por deputados como Wasny de Roure (PT), presidente da Casa, e Arlete Sampaio (PT), líder do governo. Mas a realidade do início de ano foi de plenário às moscas. O Correio teve acesso às listas de presenças assinadas antes das sessões e constatou que a maioria dos parlamentares apenas assinava para não ficar com falta e saía do plenário. Wasny admitiu que a situação criava um quadro desigual entre os poucos deputados que compareciam e os demais, que estariam com mais tempo para se dedicar às campanhas.
Apenas Arlete Sampaio, Evandro Garla (PRB) e Benedito Domingos (PP) não sairão candidatos este ano. A petista está cansada de vários anos na vida pública; o evangélico pretende dar espaço para outro entrar na disputa; e Benedito não concorrerá porque não pode. Ele tem condenação de segunda instância e está impedido pela Lei da Ficha Limpa. Em outubro passado, foi condenado por corrupção passiva, formação de quadrilha e fraude a licitações por ter favorecido empresas de sua família na contratação da ornamentação natalina de 22 cidades do DF em 2008.
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