Cidades

Tratamento do HUB dá esperança às pacientes com tumores no colo do útero

O método consiste na aplicação de um feixe de radiação diretamente na área com células cancerígenas

postado em 12/04/2014 06:04


Anos e até décadas podem se passar até que o câncer de colo uterino dê sinais. Terceiro tipo de tumor que mais mata no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), é comum que seja diagnosticado somente quando já está em estado avançado. Para que a paciente não receba o ultimato da doença, que vai atingir pelo menos 15 mil brasileiras neste ano e no próximo, o tratamento combina sessões de químio e radioterapia externa. Se necessário, recorre-se à braquiterapia, uma técnica complementar para os casos em que a cirurgia não é uma opção. O método consiste na aplicação de um feixe de radiação diretamente na área com células cancerígenas e está disponível no Hospital Universitário de Brasília (HUB). A cura é alcançada em cerca da metade dos casos.

A braquiterapia sensibiliza a região específica com o irídio 192, fonte radioativa do tamanho de um grão de arroz, por meio de uma cânula. Esse aplicador é guiado até o colo uterino por um robô, uma forma de evitar que a equipe médica esteja em contato com a fonte. Para isso, a paciente fica em posição ginecológica, é sedada e tem seus sinais vitais monitorados durante todo o procedimento. Em geral, cada sessão dura uma hora, mas o tempo de exposição ao elemento químico varia de oito a 30 minutos. Esse período é planejado por profissionais de física médica, que calibram o equipamento remoto de acordo com a dose que se pretende aplicar na paciente. Como se é um tratamento localizado, os efeitos colaterais são menos intensos do que quando a mulher é submetida às práticas mais usadas.

O apetite de Maria de Lourdes Cavalcante, 67 anos, voltou após o início da braquiterapia. ;Não descia pela garganta nenhum tipo de alimento, nem sequer fruta, quando eu estava fazendo a quimioterapia. Agora, como de tudo e até engordei um pouco;, explica. Ela recebeu o diagnóstico em julho de 2013 e, de lá para cá, se propõe a não perder a disposição. ;Eu digo para quem está nesta situação para fazer crochê, se distrair. É uma maravilha;, conta. Moradora de Samambaia Norte, ela vai de ônibus até a Asa Norte, há três meses, para receber as doses semanais de irídio. ;O mais difícil é a posição que a gente fica;, conta, com certo constrangimento. ;Mas o resultado dá para perceber quase de imediato. Estou mais animada, tanto que dei faxina na minha casa no sábado passado;, afirma.

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