Cidades

Quase mil micro e pequenas empresas apostam na Copa e esperam R$ 32 milhões

Com iniciativas como produtos voltados para o evento, pequenos e microempresários do DF esperam faturar R$ 32 milhões com os sete jogos no Mané Garrincha. Dez mil trabalhadores passaram por qualificação nos últimos três anos

postado em 07/05/2014 06:00
Dona de uma sorveteria especializada em frutos do cerrado, Anita elabora sabores, como amarula e alfajor, para homenagear as seleções
Eles não são parceiros oficiais da Fifa nem figuram entre os grandes empresários com altos investimentos para a Copa do Mundo no Brasil. Mesmo de fora desse seleto grupo, comerciantes e empregados do Distrito Federal alimentam expectativas de bons negócios com o evento. Por meio de cursos de qualificação e da criação de produtos, trabalhadores brasilienses têm se preparado para ganhar um dinheiro extra com a presença de estrangeiros que virão à capital assistir aos sete jogos marcados para o Estádio Nacional Mané Garrincha. Alguns já anunciam aumento no preço do serviço.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) espera R$ 32 milhões em negócios para pequenas e microempresas do DF em função da Copa. Desde 2012, a entidade atendeu 975 empresas brasilienses interessadas em desenvolver atividades econômicas ligadas ao Mundial. Por outro lado, desde 2011, 10 mil trabalhadores em mais de 30 áreas fizeram cursos de qualificação, por meio de um programa do Governo do DF, para atuar em áreas estratégicas.



Morador do Jardim Botânico, o artesão José Ribamar Miranda da Silva, 64 anos, é um dos beneficiados com os cursos do Sebrae. Ele recebeu orientações para vender suas esculturas de alumínio e, desde então, tem a oportunidade de participar de exposições organizadas pela entidade. José Ribamar fez peças especiais sobre a Copa e sobre Brasília para expor e vender durante o Mundial. ;Os turistas querem saber o que temos aqui, saber da cultura local. A Copa passa, mas com ela abrimos um leque de opções que não se fecha mais;, observa.

Sem recorrer a nenhuma entidade, a empresária Anita de Medeiros, 29 anos, sócia de uma sorveteria com sabores do cerrado, elabora um cardápio especial para a Copa. A ideia é fazer sabores para homenagear as seleções que vêm ao Brasil e, especialmente, a Brasília. ;No caso dos países africanos, vamos fazer sorvete de amarula. Para lembrar os argentinos, sabor de alfajor. Mas não vamos deixar de lado os nossos tradicionais, como jabuticaba, jaca e cagaita. É isso que os estrangeiros procuram;, diz. Além dessa estratégia, Anita conta que corre atrás de autorização do GDF para colocar carrinhos de picolé em pontos estratégicos da cidade. Ela espera ter um incremento de 15% a 20% nas vendas.

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