postado em 09/05/2014 17:05
Pesquisadores preparam as buscas por um meteorito que teria caído no Distrito Federal. O objeto luminoso foi registrado por câmeras da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês) às 5h26 dessa quarta-feira (7/5). Essa foi a primeira vez que um fragmento vindo do espaço foi capturado por uma rede de monitoramentos. O vídeo de um meteorito assim é inédito na América Latina. Confira abaixo:[VIDEO1]
As buscas estarão concentradas entre Planaltina e Formosa (GO). O pesquisador Carlos Di Pietro tem esperança de encontrar o meteorito: "Como caiu em uma região rural, provavelmente plana, será mais fácil localizar o objeto". A procura terá o apoio da Nasa, da rede de monitoramento europeia, do Instituto Espacial da República Tcheca e de universidades japonesas.
Os pesquisadores somente iniciarão as buscas em junho. "Calculamos uma área que tem dezenas de quilômetros quadrados e a chance de insucesso é muito grande. A Nasa vai restringir o espaço para localização em 1 km; para aumentar a possibilidade de encontrar o objeto. O período de seca também vai ajudar, porque o mato estará mais baixo", explicou Pietro.
Para a comunidade científica, de acordo com Pietro, a importância de encontrar o fragmento é grande, pois os meteoritos trazem série de informações sobre o espaço". Segundo o pesquisador, o meteoro pesava entre 50 e 100 quilos no espaço. Estima-se que tenha chegado ao solo, em forma de meteorito, com o peso de até dois quilos, devido à fragmentação na atmosfera. A Bramon conseguiu traçar a rota e a órbita do objeto. "Encontrar o meteorito será histórico. No Brasil, somente há o registro de 64 desses objetos; nos Estados Unidos são mais de mil", diz Pietro.
Não há registro de nenhum meteorito encontrado no solo do DF. Em Goiás, dois fragmentos vindos do espaço já foram encontrados. "Em Formosa, a queda de um objeto metálico de duas toneladas registrou até abalo sísmico. Em Uruaçu, um fragmento de uma tonelada foi encontrado por um trabalhador", afirmou Pietro. Quando for encontrado, o fragmento será dividido e as partes serão doadas para o Museu Nacional e para exposição no Planetário de Brasília.
Fundada por Pietro, a Bramon iniciou as operações em janeiro deste ano e conta com 15 câmeras espalhadas pelo país: no Distrito Feral, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. De acordo com Pietro, até o fim do ano serão 40 câmeras de monitoramento no Brasil.